Gaza

Mais de 30 veículos internacionais pedem proteção de jornalistas em Gaza

Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), associação com sede em Nova York que coordenou a carta

Eles seguem fazendo seu trabalho "apesar da perda de familiares, amigos e colegas, da destruição de suas casas e de seus escritórios - Oren Ziva/AFP

Mais de 30 veículos internacionais, entre eles as principais agências de notícias do mundo, solidarizaram-se nesta quinta-feira (29), em carta aberta, com os jornalistas palestinos que trabalham em condições de extrema dificuldade em Gaza, e pediram que as autoridades de Israel os protejam como civis.

Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), associação com sede em Nova York que coordenou a carta, 94 repórteres morreram desde o começo da guerra entre Israel e o Hamas, no conflito mais letal "já documentado" pela organização.

"Há quase cinco meses, os profissionais da imprensa em Gaza - que são quase a única fonte de informação no território palestino - trabalham em condições sem precedentes, e continuam trabalhando, apesar dos riscos", ressalta a carta, assinada, entre outros veículos por BBC News, The New York Times, Der Spiegel e Haaretz.

Eles seguem fazendo seu trabalho "apesar da perda de familiares, amigos e colegas, da destruição de suas casas e de seus escritórios, dos deslocamentos constantes, dos cortes de comunicação e da escassez de alimentos e combustível", acrescenta o texto, assinado também pelas três principais agências de notícias do mundo - Agence France-Presse (AFP), Associated Press (AP) e Reuters -, bem como pela Associação Mundial de Jornais (WAN-Ifra).

"Os jornalistas são civis e as autoridades de Israel têm que protegê-los como não-combatentes, conforme o direito internacional", pedem os signatários, ressaltando que "os responsáveis por qualquer violação devem ser responsabilizados".

Antes do início do conflito, a AFP tinha em Gaza um escritório com dez funcionários, que foram evacuados para o sul da Faixa de Gaza em outubro, quando Israel ordenou a saída dos residentes. Alguns permanecem vivendo no local, em condições precárias.