JUSTIÇA

Na Justiça para ter aposentadoria, Martinho da Vila já foi auxiliar, sargento, escrevente e contador

Antes de investir na música, cantor e compositor dedicou 13 de seus 86 anos às Forças Armadas

Martinho da Vila. - Reprodução/Internet.

Martinho da Vila foi destaque no noticiário desde que a coluna do Ancelmo, do GLOBO, revelou sua luta na Justiça Federal para voltar a receber a aposentadoria em seu nome, válida desde 2006. No ano passado, ele percebeu que o INSS havia descontinuado o depósito do benefício. O motivo era falta de prova de vida.

Ainda segundo a coluna, o artista estava sem receber a aposentadoria desde julho de 2021. Desde outubro de 2022 até meados do ano passado, ele fez 13 novas provas de vida. Diante da repercussão do caso, o INSS reativou o pagamento do sambista.

Martinho trabalhou em diversos empregos antes de se firmar como músico, nos anos 1970. Relembre algumas profissões do bamba.

 

Auxiliar de químico industrial
Foi o primeiro emprego de Martinho José Ferreira, filho de lavradores. O ofício foi aprendido em um curso intensivo no SENAI.

Sargento do Exército
Durante os 13 anos que serviu às Forças Armadas, era conhecido como Sargento Ferreira. Em entrevistas, já disse que era difícil conciliar as funções militares com os muitos amigos da esquerda, num tempo em que o Brasil vivia sob ditadura militar.

O Acervo O Globo relembrou uma entrevista com Martinho desta época. Em agosto de 1969, já conhecido por sucessos como "Casa de bamba" e "Pequeno burguês", ele estava decidido a largar a farda.

Contador
Em 1965, Martinho fez um curso para se formar como contador no Exército. Exerceu a função por quatro anos, no Ministério da Guerra.

Escrevente
Martinho trabalhou como escrevente na Diretoria de Engenharia do Exército até agosto de 1969, quando decidiu largar o posto para se dedicar ao samba. Ele tinha 29 anos. A função veio depois de um curso de datilografia que ele concluiu.