INTERNACIONAL

UE desbloqueará 50 milhões de euros para agência de refugiados palestinos

Agência teve doações suspendidas após acusação de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro

Cerca de 690 mil pessoas deslocadas internamente estão abrigadas em instalações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina - UNRWA

A Comissão Europeia anunciou nesta sexta-feira (1º) que a União Europeia (UE) desbloqueará na próxima semana 50 milhões de euros (268 milhões de reais) para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

A decisão "chega em um momento crítico", reagiu Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, na rede social X.

O funcionário da ONU havia alertado há uma semana que a agência estava em um "ponto de ruptura" devido aos repetidos pedidos de Israel para desmantelá-la e à suspensão do financiamento pelos doadores.

Um porta-voz da Comissão declarou que os fundos serão liberados após a agência aceitar uma "série de condições", incluindo uma auditoria, e que outros 32 milhões de euros (172 milhões de reais) serão entregues posteriormente.

A UNRWA se viu envolvida em polêmica depois que Israel acusou 12 de seus funcionários de estarem envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro. Após essas acusações, 16 países suspenderam suas contribuições financeiras à agência.

Os funcionários acusados foram imediatamente desvinculados pela UNRWA, que iniciou uma investigação interna para determinar o que aconteceu.

No entanto, a comunidade internacional concordou que a atividade dessa agência da ONU é essencial para fornecer ajuda humanitária aos palestinos, especialmente na Faixa de Gaza.

A agência afirmou que estava pronta para uma investigação sobre seus funcionários, para confirmar que nenhum deles participou dos ataques de outubro, e que serão estabelecidos controles para evitar riscos no futuro.

Após os ataques do Hamas em outubro, que resultaram em cerca de 1.160 mortes, Israel lançou uma campanha militar contra Gaza, na qual já houve mais de 30.000 mortes, e pediu o dissolução da UNRWA.