Ciro diz que Lula não mudou linha econômica de Bolsonaro e chama ex-aliado de "popstar estrangeiro"
Em entrevista à CNN, ex-ministro comparou dois governos e fez críticas ao presidente
O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) comparou neste sábado as políticas econômicas entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Lula (PT), seu ex-aliado. Segundo o pedetista, Lula "não mudou em nada" o método aplicado pelo ex-presidente. A declaração foi dada em entrevista à CNN.
— Não houve mudança alguma. É chocante o que estou dizendo. Desde indicadores importantes da economia, como superávit primário, meta de inflação e câmbio flutuante. Justo ou não, correto ou não, qual é a diferença na condução do modelo econômico entre o que Lula pratica e o que Bolsonaro adota? — questionou Ciro.
Ao longo da entrevista, o ex-ministro aproveitou para criticar Lula em outras declarações. Em uma delas, chamou o presidente de "popstar estrangeiro" ao se referir às agendas internacionais:
— Precisa parar de querer ser popstar estrangeiro e trabalhar aqui. Lula tem essa virtude, ele é muito trabalhador, ao contrário do Bolsonaro que era preguiçoso (...) mas a quantidade de dinheiro que está sendo gasto para viajar é um desastre completo.
Ciro ainda se colocou à disposição, entre ironias, de dialogar com o presidente.
— Eu converso até com satanás se o assunto é a obra de Deus. Satanás está disposto a se converter, precisa de uma conversa com este pobre pecador aqui para voltar à obra de Deus, estou pronto — afirmou.
Aliados por anos, Ciro chegou a ser ministro da Integração Nacional no primeiro mandato do presidente, entre 2003 e 2006. O distanciamento, todavia, ocorreu nas eleições de 2018 quando o ex-governador teria negado o convite para ser vice de Lula e, posteriormente, viajado para Paris no segundo turno entre o atual ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Quatro anos depois, em 2022, Ciro intensificou suas críticas e, desde então, faz oposição ao atual governo. Esta postura com o PT, inclusive, motivou uma briga com seu irmão, o senador Cid Gomes que irá deixar o PDT em fevereiro e migrará para o PSB.