MP chileno responsabiliza Trem de Aragua por morte de ex-militar dissidente venezuelano
O caso gerou grande expectativa no Chile e na Venezuela
O Ministério Público do Chile afirmou, nesta segunda-feira (4), que a facção criminosa Trem de Aragua está por trás do assassinato do militar reformado venezuelano Ronald Ojeda, dissidente do governo de Nicolás Maduro na Venezuela e que vivia como refugiado no Chile.
"Estamos realizando uma série de diligências que estão destinadas precisamente a estabelecer a participação de cada um dos imputados", em um caso "vinculado principalmente ao Trem de Aragua [...] e que esteve cometendo crimes distintos, como o de sequestro", disse o promotor Héctor Barros, responsável pelo caso.
Ojeda foi sequestrado em 21 de fevereiro, quando foi retirado de sua casa em Santiago, durante a madrugada, por pessoas que se faziam passar por policiais.
O caso gerou grande expectativa no Chile e na Venezuela, onde opositores garantiram que se tratava de uma operação de inteligência do governo Maduro.
Contudo, na sexta-feira, o corpo de Ronald Ojeda foi encontrado em um bairro da capital, dentro de uma mala que havia sido enterrada.
A imprensa local afirma que o governo chileno havia concedido a Ojeda, de 32 anos, a qualidade de refugiado.
Nas redes sociais, o ex-militar venezuelano se definia como "ex-preso político" e "oficial das Forças Armadas Venezuelanas".
O caso está sendo averiguado por uma unidade especial de combate ao crime organizado da polícia chilena, que investiga as operações no país de grupos internacionais como o Trem de Aragua, de origem venezuelana.
O Chile acolhe uma grande comunidade de cidadãos venezuelanos, estimada em 533.000 pessoas, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas.