Ouro fecha em alta e quase toca recorde histórico, com alívio nos juros dos Treasuries
Preço do ouro quase quebrou o recorde histórico de US$ 2 152,30 a onça-troy
O ouro fechou em alta nesta terça-feira (5), chegando perto de tocar recorde histórico na máxima intraday, com alívio nos juros dos Treasuries e fraqueza do dólar no exterior. Leituras divergentes de dados dos Estados Unidos ampliaram dúvidas de investidores sobre o início do relaxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed), que também aguardam por discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell.
O ouro para abril fechou em alta de 0,73%, a US$ 2.141,90 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
O preço do ouro quase quebrou o recorde histórico de US$ 2 152,30 a onça-troy, estabelecido em dezembro de 2023, durante o rali desta terça-feira, ao atingir US$ 2.150,50 na máxima de hoje. O metal precioso recebeu apoio do enfraquecimento de outros ativos seguros, em especial o dólar e os juros dos Treasuries, enquanto a aversão ao risco prevalecia nos mercados acionários em Nova York.
Investidores digerem a resiliência e a expansão do setor de serviços dos Estados Unidos, apontada por leituras do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global e do ISM, contrabalançada pela queda de 3,6% nas encomendas à indústria, mais intensa que o esperado. Para o ING, o mercado parece ter interpretado os dados como sinais de fraqueza e ampliado modestamente expectativas de cortes nas taxas do Fed, pesando sobre os juros dos Treasuries.
Em nota, a AJ Bell compara o desempenho do ouro à performance impressionante de ativos de risco, que recentemente quebraram recordes históricos. "A taxa de progresso do metal pode ser menos espetacular, mas seus ganhos constantes podem refletir o aumento contínuo da dívida pública em todo o mundo, principalmente nos EUA", observou. A plataforma de investimentos acrescentou que o ouro igualou os retornos de capital do índice S&P 500 pela primeira vez desde 1971.
Entretanto, o Julius Baer alerta que este rali do ouro não tem fundamentos o suficiente para se manter no médio a longo prazo, especialmente se a resiliência da economia americana continuar. "Taxas de juros mais baixas do Fed não serão suficientes. A reversão da política monetária precisaria ser acompanhada de uma recessão para proporcionar um aumento duradouro nos preços do ouro", comentou o banco, em relatório.