Um terço das mulheres vivia abaixo da linha da pobreza no país em 2022
Levantamento do IBGE mostra que 32,3% das mulheres viviam com até US$ 6,85 por dia. Situação é pior entre pretas e pardas
Quase um terço (32,3%) das mulheres do país vivia abaixo da linha de pobreza em 2022. Isso significa que elas tinham uma renda diária per capita de até US$ 6,85 (R$ 33,8), segundo critérios do Banco Mundial. A situação é ainda pior entre as mulheres negras ou pardas: 41,3% delas estavam nessa condição. Entre as brancas, o percentual era de 21,3%.
As informações fazem parte da terceira edição do estudo Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil. O estudo foi divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (dia 8), no Dia da Mulher.
Segundo o IBGE, o percentual de mulheres abaixo da linha de pobreza no país em 2022 é próximo ao de homens na mesma condição (30,9%). Isso porque a pesquisa utiliza como parâmetro o rendimento domiciliar per capita, que calcula a razão entre o total dos rendimentos nominais do lar e o total dos moradores.
Vulnerabilidade maior entre as mulheres sem cônjuge e com filhos
Ainda assim, a pesquisa do instituto revela a vulnerabilidade enfrentada pelas mulheres. A falta de recursos atinge mais as famílias em que a responsável é a mulher, sem cônjuge e com filho(s) de até 14 anos. Esse cenário é ainda mais sensível para as chefes de famílias pretas e pardas.
Viviam abaixo da linha da pobreza quase dois terços (72,2%) das pessoas que moravam em um arranjo familiar formado por mulher preta ou parda, sem cônjuge e com filho(s) de até 14 anos.
Esse percentual era de 51,6% em 2022 no caso de uma família chefiada por uma mulher branca, sem companheiro e com filhos pequenos.