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Biden viaja aos estados mais disputados após discurso combativo

Biden fez um discurso duro, em que levantou a voz e não perdeu a oportunidade de responder a alguns trumpistas que tentaram interromper sua fala

O presidente dos EUA, Joe Biden - Brendan Smialowski/AFP

O presidente americano, Joe Biden, leva sua mensagem de campanha a uma série de estados indecisos, que são chave para as eleições presidenciais de novembro, após fazer um duro ataque verbal ao adversário Donald Trump.

Biden viaja à Pensilvânia nesta sexta-feira e à Geórgia amanhã, para dar impulso à sua campanha pela reeleição. Na próxima semana, ele viaja a New Hampshire na segunda-feira, ao Wisconsin na quarta e ao Michigan na quinta.

Biden fez um discurso duro, em que levantou a voz e não perdeu a oportunidade de responder a alguns trumpistas que tentaram interromper sua fala.

Ele acusou Trump de "se curvar" ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ordenou a invasão da Ucrânia em 2022.

"Não vou me curvar", prometeu Biden no plenário do Congresso, para aplausos dos democratas, que pediram "mais quatro anos".

Outro dos objetivos de Biden era tranquilizar os eleitores em relação à sua idade, 81 anos, o que fez com firmeza. Os doadores foram generosos e ele usará o dinheiro para fazer campanha neste mês nos estados em disputa.

Decisivos
A vice-presidente, Kamala Harris, viajará ao Arizona e a Nevada para se dedicar aos eleitores latinos. “Joe Biden se propôs a ir aonde estão os eleitores e salvar nossas divisões", ressaltou a presidente da campanha, Jen O’Malley Dillon. Entretanto, Donald Trump, “com uma agenda perdedora e pouca liquidez, coopta ativamente os eleitores decisivos."

Trump enfrenta problemas financeiros devido às suas múltiplas batalhas legais, incluindo um processo criminal por suspeita de ter tentado reverter sua derrota para Biden nas eleições de 2020.

O presidente democrata se dirige à Filadélfia para fazer um comício hoje. A Pensilvânia foi um dos três estados onde os eleitores, a maioria da classe trabalhadora, trocaram os democratas por Trump em 2016, antes de Biden reconquistá-los em 2020.

Desta vez, Biden está bem atrás de Trump nas pesquisas, mas o discurso do Estado da União lhe deu a oportunidade de apresentar suas ideias a milhões de telespectadores.

Hiperpartidário
Sem citar seu nome, mas referindo-se 13 vezes ao seu "antecessor", Biden atacou Trump e os republicanos em todas as frentes, desde o aborto até a economia, passando pela imigração, e alertou que “a liberdade e a democracia estão sob ataque”.

Durante o discurso, Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes, balançava a cabeça, posicionado atrás de Biden. "Foi um discurso de ataque hiperpartidário”, comentou o republicano, cujo partido foi afetado por disputas internas e bloqueia um projeto de lei bipartidário para o envio de ajuda militar à Ucrânia. “Qualquer um pode ler um teleprompter. Acho que é um presidente muito fraco.”

O discurso de Biden também abordou o conflito em Gaza, que enfureceu o eleitorado de esquerda e a comunidade árabe-americana, devido ao forte apoio de Biden à tentativa de Israel de esmagar o movimento islamita palestino Hamas.