GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Secretário-geral da ONU pede para 'silenciar as armas' em Gaza durante o Ramadã

Segundo Israel, 130 reféns permanecem em Gaza, 31 deles mortos, dos quase 250 sequestrados

Secretário-geral da ONU, António Guterres - Richard Pierrin/AFP

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta segunda-feira (11) para "silenciar as armas" em Gaza e a libertação dos reféns "para honrar o espírito do Ramadã", o mês de jejum muçulmano, que acaba de começar.

"Hoje começa o mês sagrado do Ramadã, período em que os muçulmanos de todo o mundo celebram e difundem os valores da paz, da reconciliação e da solidariedade. Mas mesmo com o início do Ramadã, as mortes, os bombardeios e a carnificina continuam em Gaza", lamentou à imprensa.

"O meu mais sincero apelo hoje é para honrar o espírito do Ramadã, silenciando as armas e removendo todos os obstáculos para que a ajuda humanitária vital possa chegar ao ritmo e à escala massiva necessários", acrescentou.

"Ao mesmo tempo, e no espírito de compaixão do Ramadã, peço a libertação imediata de todos os reféns", implorou.

Segundo Israel, 130 reféns permanecem em Gaza, 31 deles mortos, dos quase 250 sequestrados durante o ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro, que deixou pelo menos 1.160 mortos, a maioria deles civis, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais israelenses.

 

"Os olhos do mundo estão nos observando. A História está nos observando. Não podemos desviar os olhos", alertou António Guterres, enquanto a ofensiva israelense já custou 31.112 vidas na Faixa de Gaza, a maioria delas civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

O secretário-geral da ONU também expressou alarme diante de uma possível ofensiva terrestre israelense sobre Rafah, que "mergulharia ainda mais a população de Gaza nos círculos do inferno".

Ele também repetiu o apelo que fez na semana passada para um cessar-fogo no Sudão durante o mês sagrado do Ramadã, "no interesse das pessoas que sofrem de fome, horror e dificuldades indescritíveis".

"Em Gaza, no Sudão e além, chegou o momento da paz. Peço aos líderes políticos, religiosos e comunitários de todo o mundo para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que este período sagrado seja um momento de empatia, ação e paz".