SAÚDE

Com que frequência os homens devem fazer exames para prevenir o câncer de próstata?

Médicos recomendam que urologistas sejam procurados pelos homens antes dos 50 anos

A campanha do novembro azul é para estimular a prevenção, principalmente, ao câncer de próstata - Divulgação

Com exceção dos exames a partir dos 50 anos para prevenir o câncer de próstata, os homens não têm o hábito de consultar o médico na região genital, segundo especialistas. E isso acarreta a possibilidade de serem portadores de doenças como o câncer testicular ou de algumas doenças sexualmente transmissíveis, como o papilomavírus humano, cuja manifestação clínica mais comum são verrugas nas áreas genital, anal, boca ou garganta.

Para as mulheres o processo é o contrário, já que por razões médicas e culturais costumam visitar o ginecologista pelo menos uma vez por ano para controlar e prevenir diversas patologias.

“Acho que os homens não consultam precocemente, seja por vergonha, seja porque não sabem”, diz Paula Grinstein, urologista do Centro Argentino de Urologia. A especialista acrescenta que os homens devem estar atentos e fazer exames desde cedo.

“Os testículos devem ser palpados para ver se apresentam caroço ou verrugas. Qualquer alteração que você notar, como mudança no tamanho dos testículos, nódulo, dor, espinha, qualquer coisa que chame sua atenção você deve consultar um especialista. Os controles devem começar no início da vida sexual e antes disso devem ser realizados pelo pediatra”, afirma Paula.

É muito comum que homens com mais de 50 anos façam exames para prevenir o câncer de próstata, que é o mais comum em homens dessa idade. Esse câncer, em seu início, é uma doença silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas, e quando apresenta é porque já está avançado, por isso é importante o controle prévio.

Alguns dos sinais desta doença podem ser:

dificuldade para urinar;

ardor;

sangue na urina;

dilatação de ambos os rins;

e dores lombares ou ósseas.

Câncer de testículo

No entanto, existe outro tipo de cancro, o cancro testicular, que pode surgir muito cedo e não ser detectado a tempo, se a pessoa não tiver o hábito de fazer exames genitais.

É o câncer mais comum em homens com idades entre 15 e 35 anos, embora esta informação, esclarece María Florencia Colella, urologista do Centro Argentino de Urología, seja uma questão estatística e não implique que não possa aparecer em nenhum momento da vida, mesmo em idosos. Cerca de um em cada 250 homens será diagnosticado com esta patologia, alerta.

“Felizmente é uma doença tratável e com grandes chances de cura, por isso é importante consultar a tempo para estabelecer um diagnóstico precoce. Os testículos são órgãos pares do sistema genital masculino e têm como principais funções a produção de espermatozoides e a síntese e secreção dos hormônios sexuais masculinos”, explica María.

A maioria desses cânceres tem origem nas células germinativas , que darão origem à formação dos espermatozoides. Embora em menor grau, também podem surgir de outros tipos de células que compõem o tecido testicular.

“Sua causa específica é desconhecida, mas alguns fatores de risco foram identificados com clara associação com esse tipo de tumor, como alterações no desenvolvimento testicular, entre os quais a falta de descida do testículo para o escroto, presença de câncer prévio no a região e a história da família, entre outros”, afirma a urologista.

Alguns sinais detectáveis
O especialista destaca que a maioria desses tumores é diagnosticada porque o paciente sente um caroço que geralmente não causa dor. Outras vezes, pode surgir desconforto ou sensação de peso na região genital ou na virilha, bem como aumento do tamanho do escroto e, menos frequentemente, aumento ou aumento da sensibilidade nas mamas e dores abdominais ou nas costas.

“Dado que a patologia é mais comum a partir dos 15 anos, o ideal seria que os meninos dessa idade já tivessem o hábito de verificar periodicamente os testículos, portanto, quanto mais cedo eles puderem ser orientados a reservar um tempo para apalpá-los. Melhor, assim eles se adaptam ao que estão sentindo e com a prática será mais fácil perceberem se há alguma anormalidade. É aconselhável fazer isso todos os meses, mas o ideal é não perder todas as oportunidades que surgirem, por exemplo, ao tomar banho diário”, recomenda a especialista.

Um exame físico realizado pelo urologista permitiria suspeitar do diagnóstico e, em seguida, as imagens ultrassonográficas poderiam confirmar a presença do tumor e suas características.

“Em primeiro lugar, o tratamento requer uma intervenção cirúrgica chamada orquiectomia, em que o órgão comprometido é removido. Então, com o resultado da biópsia, o tipo de tumor pode ser determinado com certeza e assim pode ser oferecido ao paciente o procedimento oncológico indicado. Em alguns casos, pode ser necessária quimioterapia ou radioterapia após a cirurgia. E os controles subsequentes serão adaptados a cada paciente de acordo com o tipo de tumor que sofreu, o estágio, o tipo de tratamento recebido e a resposta que teve”, afirma a urologista.

E acrescenta: “Devemos ter em mente que se trata de jovens que passarão por tratamentos que podem alterar a sua fertilidade, a sua esfera sexual e a sua autoimagem corporal. Portanto, é importante antecipar essas situações e oferecer-lhes a possibilidade de preservação de espermatozoides e colocação de próteses testiculares para fins estéticos”, diz Paula.