Garimpeiros ilegais são retirados de represa de hidrelétrica na Venezuela
As autoridades realizaram "a evacuação de treze minas ilegais na Barragem de Guri"
Mais de 600 pessoas, incluindo 63 menores de idade, foram retiradas de minas ilegais em um reservatório que alimenta a represa de Guri, fonte de 80% da energia elétrica na Venezuela, informou nesta segunda-feira (11) um comandante militar de alto escalão.
As autoridades realizaram "a evacuação de treze minas ilegais na Barragem de Guri", no estado de Bolívar (sul), publicou na rede social X o general Domingo Hernández Lárez, chefe de operações das Forças Armadas.
Foram retirados "678 cidadãos, 382 homens, 196 mulheres e 63 meninos e meninas", acrescentou Hernández Lárez, que divulgou vídeos e fotos da operação militar, nos quais é possível ver dezenas de pessoas vigiadas por soldados embarcando em curiaras, barcos típicos de populações indígenas do sul deste país. Ele não especificou se havia algum detido.
Desde o ano passado, as Forças Armadas realizam operações contra o garimpo ilegal nas reservas naturais da Venezuela e até o momento reportaram o despejo de 3.500 pessoas dedicadas a esta atividade em 2024 e 14 mil em 2023.
As operações se concentraram na região do Arco Minero, uma área de 112 mil km² rica em ouro, diamantes, ferro e outros minerais como o coltan. Embora explorada pelo Estado, máfias que controlam o garimpo ilegal também operam na região e estão frequentemente envolvidas em atos de violência, que entre 2017 e 2022 deixaram 54 mortos nos estados de Bolívar e Amazonas, segundo a ONG SOS Orinoco.
No mês passado, 16 pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas quando uma mina de ouro ilegal desabou em Bolívar.
A Barragem de Guri é a principal fonte de energia elétrica na Venezuela, país que nos últimos anos foi atingido por cortes crônicos de eletricidade, sobretudo na província.