Obras inéditas de Maurício Arraes ganham exposição na Arte Plural Galeria
"Morder a realidade como um cão danado que descobriu que viu a vida" abre para o público nesta quinta-feira (14)
O artista plástico Maurício Arraes coloca a sua ótica sobre o mundo que nos cerca com sensibilidade para os aspectos contemporâneos que modificam a dinâmica das relações humanas.
Essa experiência de Arraes está presente na exposição gratuita "Morder a Realidade como um Cão Danado que Descobriu que Viu a Vida", que abre para o público nesta quinta-feira (14), na Arte Plural Galeria (APG), Bairro do Recife, com curadoria da pesquisadora Joana D’Arc Lima.
Já nesta quarta-feira (13), às 18h, a exposição abre para convidados, na APG - galeria localizada na Rua da Moeda, 140, no Bairro do Recife. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h e no sábado das 14h às 18h.
O imaginário em telas e pinturas
Maurício Arraes convida o espectador para o seu imaginário expresso nas 36 obras em telas e pinturas desenvolvidas por ele quando ainda estava na Argélia, e outras quando morou em Paris, na França.
O retrato da complexidade, do imponderável e da simplicidade da vida, chamando atenção para a condição humana contemporânea é capaz de ser observado pelo público através de um passeio por ruas, praças, bares, botecos e outros espaço tanto públicos como privados, onde o artista andou ou imaginou os recriando.
''Podemos afirmar que estamos diante de raridades no conjunto da obra deste artista'', adianta a curadora, ressaltando que cada visitante, a seu modo, poderá participar da cena como um possível voyeur nas cidades invisíveis narradas por Maurício Arraes.
Figuras
A curadora Joana D'Arc Lima destaca que as pinturas de Maurício Arraes carregam uma atmosfera do sensível, inspirando a criação de muitas histórias.
''O corpo é colocado o tempo todo dentro da narrativa visual, seja numa escala menor, em último plano, quando na paisagem um objeto encena a cena (bicicleta), ou quando o assume o protagonismo da cena, adentrando de corpo todo o plano principal da narrativa histórica'', afirma a curadora.
Outro ponto ressaltado por Joana é o processo de criação do artista. ''É cinematográfico. Ele capta imagens de suas experiências de deambulações por espaços públicos, recorta existências, por meio de cenas/flagrantes de uma condição humana banal, ordinária, às vezes imperceptível aos nossos olhos, sendo, portanto, reconhecíveis por nós quando se tornam imagens pictórica'', completa.
Título
Com trajetória de mais de 40 anos dedicados à arte, Arraes recupera nesta exposição, uma frase de um dos textos críticos que versa sobre sua obra.
Neste caso, trata-se de uma adaptação de frase retirada de texto assinado pelo pintor José Cláudio, quando de um importante momento do trabalho de Maurício Arraes, ainda nos primeiros anos de sua inserção no campo as artes: sua mostra individual, no lobby do icônico Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, em 1981.
''José Cláudio, poeticamente nos dá a ver o que talvez seja uma grande permanência no modo de ver e transver o mundo de Maurício Arraes'', comenta a curadora. Essa frase atualiza o conjunto de trabalhos que estão presentes nesta exposição. Não se trata de uma homenagem a José Cláudio, mas de uma atualização, também, da verve da escrita crítica do artista recém falecido.
Já para Maurício Arraes, a frase que dá nome à exposição "faz referência a maneira crua e de perto ou de dentro como a realidade é apreendida e pintada".
Serviço
Exposição ''Morder a realidade como um cão danado que descobriu que viu a vida'' de Maurício Arraes
Quando: abertura para o público a partir desta quinta-feira (14)
Onde: Arte Plural Galeria - Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife
Entrada gratuita
Informações: @arte_plural_galeria