Rússia

Rússia diz que repeliu ataques de combatentes russos pró-ucranianos

As incursões ocorreram após a Ucrânia realizar uma de suas maiores operações com drones em solo russo desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022

Rússia - Stringer/AFP

A Rússia afirmou nesta terça-feira (12) que repeliu todas as incursões de milícias russas pró-ucranianas em seu território, horas depois de reivindicarem a captura de uma cidade fronteiriça.

As incursões ocorreram após a Ucrânia realizar uma de suas maiores operações com drones em solo russo desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Em apenas três dias terão início as eleições presidenciais russas, nas quais, sem oposição, espera-se uma nova vitória de Vladimir Putin para um mandato de seis anos.

Por outro lado, os Estados Unidos anunciaram nesta terça uma nova ajuda militar de 300 milhões de dólares (1,49 bilhão de reais) para cobrir as necessidades "urgentes" da Ucrânia.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, combatentes vindos da Ucrânia tentaram entrar, nesta terça, nas regiões fronteiriças de Belgorod e Kursk, com tanques e veículos blindados.

"Devido à abnegação dos militares russos, todos os ataques dos grupos terroristas ucranianos foram repelidos", informou o ministério, que afirma ter bombardeado o inimigo.

Moscou, que diz ter infligido grandes perdas ao seu adversário, também relatou um ataque de grupos de sabotadores da Ucrânia contra a cidade fronteiriça de Tiotkino, na região de Kursk, que também foi "repelido".

A captura dessa localidade foi reivindicada horas antes no Telegram por combatentes de uma unidade pró-ucraniana chamada Legião da Liberdade da Rússia.

Essa unidade de voluntários russos que lutam por Kiev já realizou incursões armadas no passado e anunciou ter cruzado a fronteira russa a partir da Ucrânia. O grupo publicou um vídeo com visão noturna mostrando três veículos blindados em movimento.

A unidade assegurou ter destruído um blindado russo em Tiotkino e disse que as forças de Moscou saíram rapidamente da cidade.

Depósitos de combustível
O governador russo da região de Kursk, Roman Starovoyt, confirmou o ataque e relatou um ferido leve, mas rejeitou qualquer avanço dos inimigos.

As autoridades regionais, no entanto, ordenaram o fechamento das escolas até sexta-feira, anunciou o prefeito, Igor Kutsak.

A incursão ocorreu após um importante ataque com drones ucranianos na madrugada de terça-feira, que atingiu dois depósitos de combustível, um deles a centenas de quilômetros da linha de frente.

Um drone também atingiu a prefeitura de Belgorod, uma cidade próxima à Ucrânia que já foi alvo de ataques, e um centro comercial, sem deixar vítimas, informou o governador Vyacheslav Gladkov.

Uma mulher ficou ferida nos ataques ucranianos contra a região homônima, de acordo com a mesma fonte.

Enfrentando bombardeios russos há mais de dois anos, Kiev costuma responder atacando regiões fronteiriças com artilharia ou drones. As incursões terrestres são pouco frequentes.

Por outro lado, a Rússia disse que suas forças capturaram a cidade de Nevelske, na região oriental ucraniana de Donetsk, onde Moscou tem feito avanços significativos nas últimas semanas.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no entanto, garantiu na segunda que o avanço da Rússia havia sido contido e que a situação no front estava muito melhor do que há três meses.

As forças navais ucranianas reivindicaram nesta terça a destruição de um "posto de comando" russo instalado em um petroleiro encalhado no Mar Negro, perto do estuário do rio Dnieper.

O navio também era usado como plataforma de lançamento para pequenos drones sobre a região meridional de Kherson, de acordo com as forças navais.

Zelensky também afirmou na segunda-feira que a Ucrânia está construindo linhas de fortificação de mais de 1.000 quilômetros no front para deter o avanço russo.

Nas últimas semanas, o Exército russo conseguiu alguns avanços no leste da Ucrânia, como na cidade de Avdiivka, que está sob controle de Moscou desde meados de fevereiro.

O Exército ucraniano, porém, enfrenta a lentidão da ajuda ocidental, especialmente dos Estados Unidos, onde os republicanos estão bloqueando no Congresso uma ajuda de 60 bilhões de dólares (298 bilhões de reais) para a Ucrânia.