negócios

Empresa suíça investe US$ 1 bi em fábrica de fertilizantes no Brasil

Unidade da EuroChem terá capacidade de produzir 15% da atual produção nacional de fosfatados, usado na agricultura. Hoje, Brasil é dependente de importações

EuroChem inaugurou, em Minas Gerais, complexo para produzir fertilizantes - Divulgação

A suíça EuroChem, um dos maiores produtores de fertilizantes do mundo, inaugurou nesta quarta-feira na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, um complexo que vai minerar, beneficiar, produzir e distribuir fertilizantes fosfatados, usados para aumentar a produtividade do agronegócio. A unidade recebeu investimentos superiores a US$ 1 bilhão e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a companhia, a unidade tem uma capacidade para produzir um milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano, o que representa 15% da produção nacional do insumo. Atualmente, a demanda por esse tipo de produto é atendida por importações, que têm uma participação de 85% no mercado nacional, segundo dados da Agência Nacional de Difusão de Adubos.

Com um espaço de 20 milhões de metros quadrados, o complexo conta com uma mina de fosfato a céu aberto com reservas de 350 milhões de toneladas métricas. A expectativa é que a vida útil da mina chegue a 25 anos. Foram criados 1.500 empregos diretos e indiretos. Durante as obras, foram gerados 3 mil empregos.

- É um ativo estratégico pois transforma a EuroChem em um player importante na produção de fertilizantes no Brasil e na América do Sul - diz Gustavo Horbach, diretor-presidente da EuroChem na América do Sul.

Segundo o executivo, toda a produção de fertilizantes fosfatados será destinado ao mercado brasileiro. A companhia mira, com a fabricação dos produtos, nas lavouras de soja, milho e cana-de-açúcar. A empresa quer usar sua localização para crescer em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Matro Grosso do Sul e Mato Grosso.

No complexo, após o processo de mineração em si na rocha, a companhia aumenta a concentração de fosfato para produzir os fertilizantes. Nesse processo, é preciso ainda misturar ácido sulfúrico e ácido fosfórico, que também são fabricados na planta.

Segundo o executivo, a planta vai reaproveitar os subprodutos oriundos do processo de produção, que poderão ser vendidos ou reintegrados à operação, como gesso e torta de fosfato, por exemplo. Horbach destacou ainda que vai gerar 45% da própria energia e reutilizar 100% da água consumida na operação. Horbach destaca ainda que estão sendo investidos R$ 4 milhões em ações socioeconômicas na região.

- Reconhecemos o impacto que uma operação do porte do Complexo de Salitre pode gerar em uma região e, por isso, priorizamos ações que possam contribuir para o desenvolvimento das comunidades - disse ele.

Além de Salitre, a companhia tem 22 unidades de mistura e distribuição em todos os estados. A empresa é tem o controle ainda da Fertilizantes Heringer e tem operações na Argentina.