Reino Unido quer impedir compra de jornais britânicos por Estados estrangeiros
O banco britânico Lloyds, credor dos Barclay, havia posto o Telegraph à venda em outubro para saldar a dívida bilionária
O governo britânico tem a intenção de aprovar uma lei que impeça Estados estrangeiros de comprar jornais do Reino Unido, anunciou, nesta quarta-feira (13), o sub-secretário de Artes e Patrimônio, Stephen Parkinson.
O político conservador expressou o "compromisso" de seu governo para modificar a legislação e "impedir a propriedade de jornais por parte de Estados estrangeiros".
Esse anúncio, realizado na Câmara dos Lordes, chega depois que o governo decidiu intervir para avaliar o processo de venda do jornal conservador "Daily Telegraph", em nome do "interesse público", a um fundo emiradense-americano.
A família Barclay, dona do grupo de imprensa The Telegraph desde 2004, decidiu colocá-lo à venda por causa de uma dívida de 1,2 bilhão de libras (7,63 bilhões de reais).
O banco britânico Lloyds, credor dos Barclay, havia posto o Telegraph à venda em outubro para saldar a dívida bilionária.
A RedBird IMI, uma empresa que surgiu da fusão entre a empresa americana RedBird Capital e a emiradense Abu Dhabi's International Media Investments, se ofereceu em novembro para assumir a dívida dos Barclay.
A perspectiva de tal aquisição suscitou preocupação entre os parlamentares conservadores, dada a proximidade ideológica do jornal com o partido que tem a maioria no Parlamento, e também entre os defensores da liberdade de imprensa.
Em sua maior parte, a RedBird IMI é de propriedade do xeque Mansour bin Zayed al Nahyan, membro da família no poder em Abu Dhabi e dono do Manchester City.