Bulgária

Falece patriarca da Igreja Ortodoxa da Bulgária

Hospitalizado desde novembro por uma doença pulmonar em Sófia

O carismático líder religioso, de imponente estatura e uma espessa barba branca - Nikolay Doychinov/AFP

A Igreja Ortodoxa da Bulgária anunciou, nesta quarta-feira (13) à noite, o falecimento aos 78 anos do patriarca Neófito, o líder da instituição, após uma longa doença.

Hospitalizado desde novembro por uma doença pulmonar em Sófia, Neófito "morreu devido a uma falência multiorgânica", afirmou a Igreja Ortodoxa Búlgara em comunicado.

O carismático líder religioso, de imponente estatura e uma espessa barba branca, sucedeu em fevereiro de 2013 a seu pai espiritual, o patriarca Máximo, falecido meses antes aos 98 anos após mais de quatro décadas à frente da Igreja búlgara.

Após a invasão russa da Ucrânia em 2022, Neófito pediu aos fiéis que "rezassem para deter imediatamente a guerra" e assumiu abertamente o lado de Kiev, embora sua Igreja historicamente tenha sido próxima a Moscou.

Figura erudita e de consenso dentro da instituição, Neófito recusou-se a participar de um serviço religioso ou uma oração conjunta durante a visita do papa Francisco em 2019, cuja autoridade não é reconhecida pela Igreja Ortodoxa Búlgara.

Nascido em 15 de outubro de 1945 em Sófia como Simeon Dimitrov, Neófito estudou teologia na capital búlgara e em Moscou. Foi monge por 14 anos e tornou-se reitor da faculdade de teologia da Universidade de Sófia.

Em 1994, tornou-se bispo metropolitano de Ruse, no norte, uma das quinze metrópoles que compõem o Santo Sínodo da Igreja da Bulgária.

A abertura dos arquivos comunistas revelou em 2012 que ele havia colaborado com os serviços secretos da ditadura, embora apenas relatando suas próprias atividades e sem comprometer outras pessoas.

"Eu nunca quis prejudicar ninguém, nem usufruir de privilégios" dos serviços secretos, defendeu-se na época.