SpaceX faz terceiro voo do Starship, foguete mais poderoso de todos os tempos
Expectativa da empresa é lançar o foguete na próxima sexta-feira (17); primeiro voo, em abril, terminou após quatro minutos com uma enorme explosão sobre o Golfo do México
O foguete Starship, da empresa americana SpaceX, está pronto para o terceiro voo de teste não tripulado. O conjunto— composto pelo conjunto Starship (nave) e Super Heavy (booster) — está programado para decolar hoje às 6h30, da plataforma de lançamento em Boca Chica, Texas, Estados Unidos.
A empresa já fez o que se espera ser a última montagem do conjunto na base de lançamento, em Boca Chica, Texas. A etapa final de preparação para o voo inclui checagem dos motores, tanques, soldas e instalação do Sistema de Terminação de Voo. Esse sistema é responsável por detonar explosivos caso algum problema surja e seja necessário interromper o teste, como aconteceu no voo de estreia do Starship.
O foguete mais potente já construído tem 120 metros de altura, e produz uma força de empuxo de 74,3 mega newtons, mais que o dobro dos foguetes Saturno V utilizados para enviar os astronautas da missão Apollo à Lua. Segundo a empresa, tudo caminha para o lançamento em “meados de novembro”.
O cronograma e perfil de voo divulgados pela empresa para o terceiro teste são mais ousados do que os dois primeiros testes. A empresa pretende repetir a queima bem-sucedida de ascensão de ambos os estágios, fazer a abertura e fechamento da porta de carga da Starship, uma demonstração de transferência de propelente durante a fase de cruzeiro do estágio superior e o primeiro religamento de um motor Raptor no espaço e uma reentrada controlada da Starship.
A espaçonave também voará em uma nova trajetória, com o Starship mirando o pouso no Oceano Índico. Este novo caminho de voo vai permitir teste de novas técnicas de queima do motor da nave no espaço.
A nave é a aposta da SpaceX, com um veículo totalmente reutilizável, enorme capacidade de carga e que deverá pousar astronautas na Lua, através do programa Artemis, da Nasa, e futuramente em Marte. O contrato com a agência espacial americana prevê uma versão do veículo capaz de alunissar ainda em meados desta década.
Investigação após o segundo voo
Os 33 motores do propulsor "Super Heavy" funcionaram conforme o foguete subia no segundo voo de teste, em novembro de 2023. Pouco depois da separação da parte superior da Starship do propulsor, "vários" dos motores "começaram a desligar". Em seguida, "um motor falhou", um processo que estava "rapidamente se propagando" antes que o propulsor se desintegrasse, disse a empresa.
O Starship voou por mais alguns minutos depois de se separar do propulsor. Mas, a SpaceX disse que "um vazamento" na parte traseira da espaçonave ocorreu quando uma válvula de ventilação de combustível levou a "um evento de combustão e incêndios subsequentes", cortando a conexão "entre os computadores de voo da espaçonave" e desligando os seis motores da Starship.
O sistema de terminação de voo do foguete — um recurso de segurança padrão em foguetes, pois destrói o veículo se surgir algum problema ou ele voar fora de curso — então foi acionado automaticamente.
A empresa enfatizou que já fez "mudanças nos próximos veículos Starship" para resolver os problemas do segundo voo de teste, com "atualizações" nos protótipos do propulsor e da Starship que serão lançados no terceiro voo de teste.
"As 17 ações corretivas após o segundo voo da Starship também representam uma melhoria significativa em relação ao primeiro, que exigiu 63 ações corretivas antes que o foguete fosse lançado novamente", reforçou a companhia.