BRASIL

Após queda em dezembro, comércio registra alta de 2,5% em janeiro

Com onda de promoções e queimas de estoque, vestuário e materiais para escritório impulsionam vendas

As vendas no comércio brasileiro iniciaram o ano com alta de 2,5% em meio à onda de promoções e queimas de estoque de alguns setores. O resultado referente à janeiro sinaliza uma melhora após o setor registrar queda de 1,4% em dezembro, com o consumidor antecipando as compras natalinas na Black Friday, em novembro. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

Vestuário e materiais para escritório puxam resultado
Cinco das oito atividades investigadas na pesquisa tiveram alta em janeiro deste ano. Dentre elas, os destaques foram a alta de 8,5% no volume de vendas de vestuário e calçados e de 6,1% no setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação.

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, os resultados vieram com muita amplitude de crescimento em setores que tiveram queda grande no Natal, depois de concentrar as vendas na Black Friday.

Esse comportamento foi observado também em 2023, quando houve queda nas vendas no fim de 2022 e uma recuperação em janeiro.

 

"(Essa alta) aconteceu em: tecidos, vestuário e calçados; móveis e eletrodomésticos; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e outros artigos de uso pessoal e doméstico que, juntos, puxaram o crescimento do varejo em janeiro" destaca o pesquisador.

Vendas nos supermercados sobem 0,9%
Outro setor que puxou o resultado em janeiro foi de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O segmento, cujas vendas subiram 0,9% e estão no terceiro mês seguido no campo positivo, tem peso de 55% na pesquisa

"Há uma influência do componente inflacionário e também do maior consumo das famílias, especialmente de alimentos e bebidas" ressalta.

O que esperar do setor em 2024?
A melhora do mercado de trabalho, assim como a queda da inflação e dos juros, trazem um cenário mais favorável ao consumo das famílias. Ainda assim, economistas avaliam que o comprometimento da renda segue elevado e os juros ainda se encontram em patamar alto. Por isso, segmentos mais dependentes de crédito ainda não dão sinais claros de recuperação.

O Índice de Confiança do Comércio do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) recuou 1 ponto em fevereiro, para 89,5 pontos, após três altas consecutivas.