487 anos do Recife

Em comemoração ao aniversário do Recife, espetáculo "O Boi Voador" encanta público no Marco Zero

Pessoas que compareceram ao ponto histórico do  Bairro do Recife puderam assistir ao show que tem texto e direção do dramaturgo Ruy Aguiar

Espetáculo "Boi Voador" é encenado no Marco Zero do Recife - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

A quarta edição do espetáculo ao ar livre “O Boi Voador” chamou a atenção do público, na noite deste domingo (17), no Marco Zero do Recife, centro da cidade. Ele integrou a agenda de comemorações do aniversário da capital pernambucana, que completou 487 anos, na última terça-feira (12).

Pessoas que compareceram ao ponto histórico do Bairro do Recife puderam assistir ao show que tem texto e direção do dramaturgo Ruy Aguiar. Todos ficaram impressionados com a riqueza de detalhes das cenas.

O empresário Paulo Fernando Távora, de 68 anos, estava passeando de bicicleta pelo entorno do Marco Zero quando viu a estrutura montada e soube do que ali aconteceria. Logo, ele fiou curioso para saber da história e aproveitou para conferir de perto se o boi, de fato, voaria.

O empresário Paulo Fernando Távora, de 68 anos | Foto: Alexandre Aroeira

"É um espetáculo que retrata a história do Recife e do Conde Maurício de Nassau. Eu tive curiosidade e, passando, vi tudo isso aqui, que é muito grande, por sinal, e parei para ver. Espero que seja um espetáculo interessante como o nome sugere", disse ele, minutos antes da encenação.

Imersão na história recifense
Com imagens projetadas em prédios históricos do Marco Zero, e cerca de 90 atores, a peça propõe uma viagem ao século XVII, quando o Conde João Maurício de Nassau, personagem central da história, chegou para governar a Nova Holanda, como era chamado o Brasil em 1637. Ele veio com a intenção de construir aqui, onde hoje é o Recife, a ‘Cidade Maurícia’.

Acompanhado de intelectuais, Nassau surpreendeu a população, causando questionamentos e ansiedades acerca dos projetos que tinha para o povo, inclusive, de construir pontes para que a população atravessasse o Rio Capibaribe. Para a época, a obra era considerada ousada.

Foi aí que surgiu a construção da Ponte do Recife (hoje, Ponte Maurício de Nassau), em 1640. Pela demora de entrega da obra, começaram a surgir teorias conspiratórias e, no meio de tanta dúvida, quatro anos depois, Nassau finalmente escolheu a data de entrega do equipamento, mas prometeu fazer um boi voar.

 
 
 
 
View this post on Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A post shared by Folha de Pernambuco (@folhape)

Na cerimônia inaugural, em 28 de fevereiro de 1644, ele pronvidenciou o animal que pertencia ao amigo, o Melchior, proprietário do Boi Manso. Era aquele o que voaria. Contudo, ele utilizou-se de couro de boi, moldou-o em um balão inflável, amarrando-o em cordas finas sobre roldanas e fez o 'animal' voar, surpreendendo a todos. Foi assim que o espetáculo se encerrou, por volta das 19h40,

"De certa forma, esse espetáculo é abrangente na história e cultura do Recife, demonstrando a visão para muitos que não conhecem. Vimos artistas fantasiados, se entregando ao personagem. Isso é bom para a gente assimilar. Acredito que é importante adquirirmos conhecimento de séculos passados, hoje, sob um novo ponto de vista", comentou o almoxarife Ruanderson Odon, de 23 anos, que saiu de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, para assistir ao espetáculo.

O almoxarife Ruanderson Odon, de 23 anos | Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Quando o 'boi voou', um show pirotécnico de, aproximadamente, seis minutos, parabenizou ao Recife pela idade nova e o público, impressionado, aplaudiu.