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"O Problema dos 3 Corpos": Alex Sharp fala sobre papel em nova série de ficção científica da Netflix

Dos mesmos roteiristas de "Game of Thrones", produção adapta trilogia do escritor chinês Cixin Liu

"O Problema dos 3 Corpos" - Netflix/Divulgação

Nomes por trás do sucesso de “Game of Thrones”, David Benioff e D.B. Weiss passaram os últimos quatro anos envolvidos na adaptação de outra saga literária. Em “O Problema dos 3 Corpos”, baseado na premiada trilogia de livros do escritor chinês Cixin Liu, a dupla de showrunners troca os dragões pelos alienígenas.

Com estreia marcada para o dia 21 de março, na Netflix, a série de ficção científica traz um enredo cheio de mistérios e conceitos filosóficos, pronto para fisgar novos fãs. Na trama, uma jovem astrofísica chinesa entra em contato com seres extraterrestres nos anos 1960, o que coloca em risco o destino da humanidade. 

Décadas depois, um grupo de cientistas batizado de os “Cinco de Oxford” tenta entender o que ocorreu no passado e salvar o planeta. Um desses pesquisadores é interpretado pelo ator britânico Alex Sharp, que falou sobre sua participação na série em entrevista obtida com exclusividade pela Folha de Pernambuco. 

Confira a entrevista:

Como você descreveria a história de Will Downing, seu personagem?
O Will é um dos cinco cientistas escolhidos da Universidade de Oxford, que ficaram muito amigos. Ele é, claramente, o mais fracassado, a decepção do grupo. Não sabemos se é pelas habilidades científicas, a personalidade ou as inclinações naturais dele. Gostei muito desse personagem, porque ele tem um nível de humildade admirável. Talvez, seja por isso que ele não tem tanta competitividade quanto outras pessoas.

Como você foi selecionado para o papel?
Eu estava em uma cidadezinha no sul da Inglaterra, fazendo quarentena em um Airbnb antes de trabalhar em um longa-metragem, e aí gravei a fita com os testes. Meu agente me ligou dizendo que tinham gostado muito da fita e queriam fazer uma reunião comigo. O Wi-Fi no Airbnb era péssimo, não dava para fazer um Zoom. Então, peguei meu Renault Scenic velho, o pior carro do mundo, que eu já troquei porque parou de funcionar, e fui até a casa de um amigo. Só que a esposa dele estava grávida e eles estavam preocupados com o Covid, por isso, não me deixaram entrar. Então, estacionei perto da janela do escritório dele, onde fica o roteador Wi-Fi, e fiz o Zoom com os showrunners no carro mesmo. Foi assim que eu consegui o papel.

Com quais características do Will você se identificou?
Foram mais as diferenças que me atraíram. Quando li os roteiros e pensei no Will e no espaço psicológico que ele ocupa, isso mudou completamente a minha forma de ver as coisas. Foi um desafio, mas eu queria fazer justiça a essa história.

O que você pode falar sobre a amizade dos “Cinco de Oxford”?
Para mim, eles são mais do que amigos. São uma família, a família que escolheram. E cada um deles é extraordinário de uma forma diferente. São mentes muito avançadas, tanto em relação à ciência, quanto a sua abordagem ao mundo, com formas diferentes, complementares e até conflituosas de ver as coisas e responder ao que acontece. Mas essa família escolhida tem algo especial em relação às famílias de sangue.

Como foi a dinâmica criativa com os showrunners David Benioff, D.B. Weiss e Alexander Woo? 
Foram centenas de horas de conversas. Eles são muito colaborativos, mas também me deixaram definir o Will. Dei muitas ideias específicas sobre quem ele era e como mostrar a jornada insana que ele está atravessando. E eles me deram espaço criativo, além de oferecer uma colaboração de verdade. Isso foi muito bom.