Guatemala

Arévalo comemora nova relação da Guatemala com EUA após anos de 'desconfianças'

O presidente guatemalteco foi convidado para visitar a Casa Branca na próxima segunda-feira

Presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo - Johan Ordonez/AFP

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, comemorou, nesta segunda-feira (18), a nova relação com os Estados Unidos, depois de anos de "desconfianças e tensões" por causa da corrupção nas altas esferas do poder no país centro-americano.

"A relação entre Estados Unidos e Guatemala [...] está passando por um momento muito especial", declarou o presidente social-democrata ao abrir uma reunião com o vice-secretário de Estado para o Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos, José W. Fernández.

"Durante os últimos anos, a comunicação entre nossos dois países [...] foi marcada por desconfianças e tensões, em cuja origem está a cooptação corrupta das instituições públicas na Guatemala", afirmou Arévalo, que venceu as eleições em 2023 com a promessa de combater a corrupção, um dos males do país.

Fernández encabeça a delegação em Washington enviada ao primeiro Diálogo Econômico de Alto Nível com a Guatemala, que se realiza no Palácio Nacional da capital.

A instância busca promover o investimento estrangeiro, projetos de desenvolvimento, criação de empregos, combate à corrupção e reformas legais para melhorar as condições comerciais e sociais para a "prosperidade" na Guatemala, entre outros temas, segundo se informou.

Em coletiva de imprensa, Fernández evitou comentar a relação de Washington com o governo passado do direitista Alejandro Giammattei (2020-2024), mas indicou que veem "grande potencial de colaboração" com Arévalo por seu "afinco com a democracia" e a luta contra a corrupção.

"É difícil para muitas empresas investir aqui" pelo "câncer" da corrupção, disse o diplomata.

O presidente guatemalteco foi convidado para visitar a Casa Branca na próxima segunda-feira para falar sobre migração com a vice-presidente americana, Kamala Harris.

Há dois meses, Arévalo sucedeu no poder Giammattei, que manteve atritos com os Estados Unidos e acusou várias vezes o país de "intromissão" pelas sanções impostas a funcionários públicos guatemaltecos acusados de corrupção ou de minar a democracia.

Uma das sancionadas foi a procuradora-geral, Consuelo Porras, que lançou em 2023 uma cruzada judicial contra Arévalo, que pôs em dúvida a transição presidencial. Giammattei também foi sancionado após deixar o poder e agora está proibido de entrar nos Estados Unidos.