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Assessor rasgou certificado falso de vacinação de Bolsonaro, diz Cid

PF afirma que investigados tentavam "apagar os rastros das condutas criminosas"

Marcelo Câmara atuou como assessor de Bolsonaro - Reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid relatou em seu acordo de delação premiada que o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), rasgou os certificados falsos de vacinação de Bolsonaro e de sua filha e determinou a exclusão dos registros de que os dois teriam tomado o imunizante contra a Covid-19.

Para a Polícia Federal (PF), o episódio faz parte de uma tentativa de "apagar os rastros das condutas criminosas". A afirmação consta em relatório no qual a corporação pediu o indiciamento de Bolsonaro, Cid, Câmara e outras 14 pessoas pela suposta participação de esquema.

No relatório, a PF cita trecho de um depoimento da delação premiada de Cid. "O coronel Câmara ficou sabendo dos fatos, rasgou os certificados do ex-presidente e sua filha Laura Bolsonaro e solicitou que o colaborador desfizesse as inserções", relatou o tenente-coronel.

Depois disso, os investigados atuaram para excluir do sistema do Ministério da Saúde os registros falsos da vacinação de Bolsonaro.

Marcelo Câmara atuava na Presidência durante o governo Bolsonaro e seguiu como assessor dele até outubro do ano passado. Em fevereiro, ele foi preso preventivamente devido a outra investigação, sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.