Cuscuz

Dia Mundial do Cuscuz é celebrado nesta terça (19); veja curiosidades e uma receita

Criação do alimento é atribuída aos mouros berberes, grupo nômade que habita a região do deserto do Saara desde a pré-história

Cuscuz foi eleito Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco - Ed Machado / Folha de Pernambuco

Com manteiga, ovo, salsicha, charque, frango, leite, ou até mesmo sem acompanhamento, ele é o queridinho no café da manhã, almoço ou jantar. Fortemente presente nas refeições dos nordestinos, o alimento feito de flocos de milho é celebrado nesta terça-feira (19), Dia Mundial do Cuscuz.

Sua criação é atribuída aos mouros berberes, grupo nômade que habita a região do deserto do Saara desde a pré-história. O primeiro registro que se tem notícia sobre o prato foi escrito em um livro de culinária magrebina, no século XIII. 

Com o passar do tempo, o cuscuz foi sendo incorporado à cultura dos árabes que chegaram a ocupar parte da Europa. Mesmo depois da expulsão desses povos dos países europeus, o prato permaneceu popular e também foi levado para os territórios colonizados por franceses, espanhóis e portugueses.

O alimento foi trazido ao Brasil pelos colonizadores e por aqui se tornou base da alimentação de negros, sendo feito por escravos e vendido em tabuleiros no período colonial. Ao longo do tempo, a iguaria foi ganhando toques regionais e características próprias em cada região do país.

Mesmo com variações nas combinações, o modo de preparo é comum em todo o mundo: os flocos são hidratados e descansam por alguns minutos. Em seguida, a massa vai para o banho-maria, onde é cozida no vapor.

Ao longo dos séculos, o cuscuz se estabeleceu como um dos principais alimentos da base da pirâmide social brasileira, presente em todo o Brasil e principalmente no Nordeste, onde se tornou um símbolo afetivo da região e Patrimônio Imaterial da Humanidade, pela Unesco, em 2020. Já em 2021, a iguaria foi eleita Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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No livro “História da Alimentação no Brasil”, o etnólogo Luís da Câmara Cascudo define o cuscuz como “a massa de milho, pilada, temperada com sal, cozida ao vapor d’água e depois umedecida com leite de coco. Com ou sem açúcar”. 

Para o cozimento, foram desenvolvidos métodos rudimentares até chegar à maneira como fazemos hoje. Quando não havia cuscuzeira, pegava-se um prato, colocava-se o milho hidratado nele, amarrava-o com um pano e aí virava-se ao contrário em cima de uma panela com água fervendo e lá ele ficava cozinhando. A prática era conhecida como “cuscuz de cabeça virada”.

Só depois foi introduzida a cuscuzeira, que era chamada de couscoussier pela francofonia da cozinha magrebina, que tinha o mesmo formato e semelhança com as que usamos no Brasil.

Aprenda uma deliciosa receita de cuscuz recheado de frango, por Deline:
Tempo de preparo: 25 minutos / Rendimento: 1 porção
Ingredientes: 1 colher (sopa) de Deline, 1 colher (sopa) de cebola picada, ½ tomate picado, 1 xícara (chá) de frango cozido e desfiado, sal a gosto, pimenta a gosto, coentro a gosto, ½ xícara (chá) de flocos de milho para cuscuz (flocão), ½ colher (chá) de sal, 1 xícara (chá) de queijo coalho picado, 2 colheres (sopa) de manteiga.

Cuscuz recheado de frango. Foto: Divulgação/Deline

Modo de preparo:
Em uma panela pequena, coloque Deline e leve ao fogo médio.
Adicione a cebola, o tomate e misture.
Coloque o frango, e tempere com sal, pimenta e finalize com o coentro. Reserve.
Em um recipiente, coloque o flocão, o sal e adicione água aos poucos até que fique uma “farofa úmida” ou ao apertar com a palma da mão, forme um bolinho sem desmanchar.
Deixe descansar por mais ou menos 10 minutos.
Após descansar, coloque metade em uma forma de cuscuzeira, recheie com o frango reservado e cubra com o restante do flocão hidratado.
Leve para cozinhar em fogo médio e siga as instruções da cuscuzeira.
Quando estiver pronto, desenforme e sirva com manteiga.