Tarcísio e Caiado se reúnem com presidente de Israel e capitalizam fala de Lula sobre Holocausto
Após agenda com Isaac Herzog, à tarde eles devem se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu
Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), se encontraram nesta terça-feira com o presidente de Israel, Isaac Herzog, em Jerusalém. À tarde eles devem se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O convite foi feito pelo governo israelense, estendido também ao ex-presidente Jair Bolsonaro — que não pôde ir por ter tido o passaporte apreendido pela Polícia Federal, em meio às investigações sobre a tentativa de golpe do 8 de Janeiro. No governo federal o gesto foi lido como provocação.
O encontro marca um aproveitamento político da crise detonada após o presidente Lula comparar o bombardeio israelense sobre Gaza, que já deixou milhares de mulheres e crianças mortas, ao extermínio dos judeus praticado pela Alemanha nazista de Adolf Hitler. A declaração provocou um tensionamento nas relações entre Brasil e Israel, cujo governo chegou a declarar o petista "persona no grata" no país.
Tarcísio e Caiado não deixaram de capitalizar em cima da crise. O governador goiano escreveu em suas redes sociais que pediu desculpas a Herzog "por uma fala infeliz do presidente da República comparando a guerra ao holocausto". Ele também diz ter conversado sobre "os impactos do conflito (em Gaza), a importância do diálogo e da promoção da paz".
Caiado também publicou imagens no memorial criado no terreno onde uma festa rave foi atacada pelo Hamas em 7 de outubro, na data da invasão terrorista.
Já o governador paulista adotou um tom mais comedido, e não mencionou publicamente o episódio com Lula. Disse que tratou com Herzog das "possibilidades de cooperação na agricultura, na inovação, na tecnologia para a segurança pública". Escreveu em seu perfil no Instagram que agradeceu pelo apoio da comunidade judaica em São Paulo e que externou solidariedade ao povo israelense em razão do conflito.
Aliados de Tarcísio, por sua vez, destacaram a viagem do governador como "contraponto" a Lula e lembraram da declaração do presidente brasileiro. Nos comentários da publicação choveram provocações ao petista.
Herzog não havia publicado nada em suas redes sociais sobre o encontro até a publicação desta reportagem.