Indígenas peruanos denunciam danos causados pelo garimpo ilegal na Amazônia
O líder não identificou a origem das empresas acusadas de poluir com mercúrio os rios das bacias das regiões amazônicas de Loreto
Indígenas peruanos denunciaram, nesta terça-feira (19), a poluição e o desmatamento na Amazônia causados por "mineradoras estrangeiras” que extraem ouro ilegalmente.
“Nossa água não é poluída, nosso território não é poluído, nosso ar não é poluído, mas essas empresas contaminam a nossa água, derrubam a nossa floresta e contaminam o nosso território e o nosso meio ambiente”, denunciou o líder da etnia Wampis, Teófilo Kukush, em entrevista coletiva com a imprensa estrangeira.
O líder não identificou a origem das empresas acusadas de poluir com mercúrio os rios das bacias das regiões amazônicas de Loreto e Amazonas, na fronteira com o Equador. Segundo os wampis, garimpeiros ilegais avançaram até a área da bacia do rio Santiago, no departamento (estado) do Amazonas.
O desmatamento ilegal destruiu cerca de 110 mil hectares entre 2021 e 2023 nas regiões de Amazonas e Loreto, segundo dados dos governos locais citados pelo líder Shapion Noningo. “Vivemos uma ameaça forte. O governo nacional não controla essas ações ilegais”, denunciou.
Cerca de 16 mil wampis vivem em um território que abrange 1,3 milhão de hectares nas regiões de Loreto e Amazonas.