caso mariana

Vale enfrenta na Holanda processo de US$ 3,8 bilhões por colapso da barreira em Mariana

Ação é movida em nome dos reclamantes, incluindo sete municípios brasileiros, 77.000 vítimas e quase 1.000 empresas e associações afetadas pelo rompimento da barragem

Mariana (MG) - Ruínas em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, dois anos após a tragédia do rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco - José Cruz/Agência Brasil

A Vale está prestes a enfrentar mais um embate legal jurídico devido ao colapso da barragem em Mariana (MG) em 2015. Milhares de vítimas estão processando a mineradora em um tribunal holandês, numa ação que poderá custar £ 3 bilhões (US$ 3,8 bilhões).

O processo foi iniciado na Holanda contra a Vale e a Samarco, disse o escritório de advocacia Pogust Goodhead, em comunicado. O pior desastre ambiental do Brasil desencadeou uma torrente de resíduos, matando 19 pessoas e poluindo cursos de água em pelo menos dois estados brasileiros.

A ação é movida em nome dos reclamantes, incluindo sete municípios brasileiros, 77.000 vítimas e quase 1.000 empresas e associações afetadas pelo rompimento da barragem.

Vale e Samarco afirmaram em mensagens enviadas por email que estão comprometidas em apoiar a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. A Samarco disse que não foi notificada da ação.

“Por muito tempo, as vítimas do desastre da barragem de Mariana têm visto a Vale e a BHP continuarem a se vangloriar de seus lucros e dividendos para os acionistas, enquanto as vítimas ainda não receberam reparação por suas perdas e continuam a conviver com a devastação que as empresas causaram durante oito longos anos”, disse Tom Goodhead, sócio-gerente da Pogust Goodhead.

O movimento ocorre semanas antes de começar um dos maiores julgamentos civis do ano em Londres. O BHP Group pode enfrentar um pagamento de indenização de £ 36 bilhões se perder uma ação coletiva sobre seu papel no colapso da barragem.

Em fevereiro, a Vale reservou US$ 1,2 bilhão adicional para acordos vinculados ao desastre da mina Samarco, seguindo uma medida semelhante da BHP, depois que um juiz brasileiro decidiu que as controladoras e o empreendimento de minério de ferro da Samarco devem pagar R$ 47,6 bilhões (US$ 9,7 bilhões) para cobrir os danos morais coletivos.

Os gigantes da mineração também estão negociando um acordo com as autoridades brasileiras que cobriria todas as compensações.