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Jovens começam a participar dos debates no G20

Combate à fome, inclusão social e mudanças climáticas estão entre os temas prioritários

Logo do G20 em encontro de líderes de Estado do grupo na Índia, em 2023 - AFP

Os jovens das maiores economias do planeta passam, a partir desta quarta-feira, a participar dos debates realizados no âmbito do G20. Até novembro, quando haverá uma reunião de líderes do bloco, o Grupo de Engajamento de Juventude (Youth20 ,ou Y20) discutirá caminhos para que o mundo se torne mais justo e sustentável.

Na presidência do G20, o Brasil tem propostas específicas a serem apresentadas e negociadas com outros países do grupo. A equipe brasileira trabalha com cinco pilares: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; mudanças climáticas, transição energética e desenvolvimento sustentável; reforma do sistema de governança global; inclusão e diversidade; e inovação e futuro do mundo do trabalho.

— O Y20 é o grupo oficial de engajamento das juventudes no G20 e, pela primeira vez na história, será liderado pelo Brasil, em 2024 —afirmou Marcus Barão, “chair” (chefe, em uma tradução livre) do Y20 e presidente do Conselho Nacional da Juventude.

Barão destacou que, ao longo do ano, haverá um processo de articulação, diálogo e negociação do documento com as reivindicações e propostas das juventudes, que serão levadas para a Cúpula de Líderes do G20. Acrescentou que o Y20 é uma das frentes de engajamento mais antigas do grupo.

— Esperamos que a presidência brasileira seja marcante e positiva — afirmou.Uma das autoridades presentes em uma cerimônia no Instituto Rio Branco — com apresentação de um grupo de capoeira e embaixadores estrangeiros na plateia — Maurício Lyrio, negociador-chefe do governo brasileiro para o G20, disse que uma das determinações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o engajamento da sociedade civil. E a participação dos jovens, ressaltou Lyrio, que coordena a área econômica do Itamaraty, é fundamental.

— Queremos incorporar as recomendações da sociedade civil ao que vamos levar à Cúpula do G20 — disse.

Para a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), a juventude precisa de respostas para questões como a fome e o aquecimento global. Ela destacou o papel dos jovens na busca de soluções.

— O eixo é a educação, para que tenhamos um mundo menos desigual e onde a juventude não tenha que escolher entre entregar comida pelo iFood e estudar.

Já a deputada Camila Jara (PT-MS), vice-presidente da Frente Parlamentar da Juventude do Congresso Nacional, disse que é preciso pensar, desde já, em soluções a partir de agora. Um dos problemas é a mudança climática.

— As guerras e as mudanças climáticas nos afetam no dia a dia.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, disse que os jovens devem ter uma forte participação nas discussões, principalmente econômicas, pois são os que mais sentem os impactos de crises. Um deles é o desemprego. Outro é o ingresso no mundo do crime.

— A juventude será um dos grupos de engajamento mais expressivos. Teremos um ano intenso de debates — afirmou.