EUA condena detenção de opositores na Venezuela e pede sua 'libertação imediata'
Nichols publicou uma mensagem na rede social X depois que as autoridades venezuelanas informaram sobre a prisão de dois colaboradores da opositora María Corina
Os Estados Unidos condenam "as detenções arbitrárias" de membros da "oposição democrática" na Venezuela e pedem sua "libertação imediata", afirmou, nesta quarta-feira (20), o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Brian Nichols.
Nichols publicou uma mensagem na rede social X depois que as autoridades venezuelanas informaram sobre a prisão de dois colaboradores da opositora María Corina Machado, a quem vincularam com planos de "ações desestabilizadoras" para as eleições presidenciais de julho.
"Condenamos as detenções arbitrárias e os mandados de prisão emitidos hoje contra membros da oposição democrática na Venezuela", afirma o texto.
"Os crescentes ataques de [o presidente Nicolás] Maduro contra a sociedade civil e os atores políticos são totalmente inconsistentes com os compromissos do Acordo de Barbados, mas não sufocarão as aspirações democráticas do povo venezuelano", acrescenta Nichols.
Ele se refere ao acordo alcançado em outubro entre o governo de Maduro e a oposição, pelo qual Washington levantou parcialmente algumas das sanções impostas a Caracas.
"Pedimos a libertação imediata dessas pessoas e de todos os detidos injustamente", insiste o alto funcionário do Departamento de Estado.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a detenção dos opositores Henry Alviárez e Dignora Hernández.
Os dois são dirigentes nacionais da organização política de Machado (Vente Venezuela) e são acusados de planejar "ações desestabilizadoras" para tentar "forçar" a habilitação de Machado, favorita nas pesquisas mas inabilitada por 15 anos de exercer cargos públicos.
Sete colaboradores de Machado foram presos nos últimos dias.
Nichols estimou no início de março que "a recusa" de Maduro em restabelecer os direitos políticos de candidatos, como Machado, e o "assédio e aprisionamento" de muitos de seus partidários "foram passos na direção errada".
Mas "apesar dessas transgressões recentes, continuamos comprometidos em apoiar o processo democrático da Venezuela", enfatizou então em um evento organizado pela organização empresarial americana American Society - Council of The Americas (AS/COA).
Ultimamente, o governo Biden advertiu Maduro, candidato à reeleição, que se ele não "mudar de rumo", os EUA irão impor novamente sanções ao setor petrolífero e de gás em abril, como já fizeram em janeiro com a empresa estatal de extração de ouro venezuelana.