Máquina de fazer cigarros com mais de 5 toneladas desaparece da Cidade da Polícia no RJ
Sumiço do equipamento foi em fevereiro de 2023, mas só foi descoberto em junho. O caso passou a ser investigado pela Corregedoria somente em novembro
Uma máquina de produzir cigarros com seis metros de comprimento e pesando mais de cinco toneladas desapareceu de um galpão localizado dentro da Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. No local, onde estão reunidas 15 delegacias especializadas, trabalham mais de três mil policiais. Segundo denúncia do RJ2 da TV Globo, o sumiço do equipamento só foi descoberto quatro meses depois do ocorrido, em fevereiro de 2023.
A máquina, modelo MK8 PA7, estava guardada num galpão onde fica o depósito de bens apreendidos da Delegacia de Cargas, que fica nos fundos do complexo. O equipamento havia sido apreendido numa operação realizada em julho de 2022, em uma ação de outra unidade, o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro.
A investigação era contra um grupo que mantinha 23 paraguaios e um brasileiro em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores eram obrigados a trabalhar numa fábrica clandestina de cigarros, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Não recebiam salário e eram impedidos de sair da fábrica.
Todo o material apreendido, entre eles, o equipamento, usada na fabricação dos cigarros, foi levado para ser guardado com a Delegacia de Cargas, onde ficou por sete meses. Mas por determinação da 3ª Vara do Trabalho de Caxias, onde tramita o processo, ela foi vendida em um leilão.
Em 8 de fevereiro do ano passado, a empresa Indústria Amazônica de Cigarros Ltda venceu o leilão online e adquiriu o equipamento por R$ 550 mil. O sumiço só foi descoberto em junho, quando um oficial de Justiça esteve na Cidade da Polícia, na companhia do representante da empresa vencedora para verificar as condições do bem comprado e não encontraram o equipamento. Mas de acordo com a denúncia, a máquina teria sido furtada na madrugada do dia 17 de fevereiro, uma quinta-feira véspera de carnaval, uma semana após o leilão.
O inquérito para apurar o furto do equipamento só foi instaurado pela Corregedoria de Polícia Civil em novembro, ou seja, nove meses após o furto. De acordo com a TV Globo, todos os policiais que estavam de plantão na portaria da Cidade da Polícia durante o carnaval foram ouvidos. Mas nenhum deles viu qualquer movimentação que pudesse explicar a ação dos criminosos. A investigação acredita que o autor do furto seja alguém com acesso ao depósito, porque o local fica trancado e poucas pessoas têm as chaves.
Outra conclusão do inquérito é que os criminosos teriam usado um caminhão do tipo Munck, que além da carroceria tem um equipamento parecido com um guindaste para içar peças pesadas, como a máquina que foi furtada.
A TV Globo apurou que o depósito onde estava a máquina não tem câmera de segurança e, na época do furto, a portaria também estava sem monitoramento por imagem.