Encerrado bloqueio de rodoviários em protesto por salários atrasados na área central do Recife
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, o pagamento deveria ter acontecido na quarta-feira (20), mas está previsto apenas para a próxima segunda-feira (25)
Às 13h30 desta quinta-feira (21), os motoristas de ônibus liberaram a avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife. A ação aconteceu em protesto do Sindicato dos Rodoviários contra o atraso do pagamento da quinzena do salário de março, que deveria ter sido pago na quarta (20), mas está previsto apenas para a próxima segunda-feira (25).
O atraso do pagamento da quinzena veio por parte de todas as empresas permissionárias. A gente está em protesto para permitir que o salário saia ainda hoje (quinta). Pagar apenas na próxima segunda-feira é um absurdo", afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima.
Procurada pela reportagem, a Urbana-PE lamentou, por meio de nota, a paralisação, e afirmou que o adiamento do pagamento ocorre por conta do atraso de repasse de subsídios do Governo de Pernambuco. "Essa medida foi comunicada aos colaboradores das empresas e ao Sindicato dos Rodoviários, em conformidade com a convenção coletiva da categoria. A Urbana-PE e as suas associadas reiteram o compromisso com os trabalhadores rodoviários de adotar todas as providências para efetuar os adiantamentos na data mais breve possível", completa trecho da nota.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou que o adiamento foi avisado aos trabalhadores, e que, no momento que o subsídio for liberado, "as empresas deverão fazer o pagamento, senão serão devidamente notificadas".
Por meio de nota, a Coordenadoria de Comunicação e Imprensa do Grande Recife Consórcio informou que o pagamento dos salários é obrigação das empresas operadoras e, até o momento, não foi oficializada por parte de nenhum dos sindicatos.
"O valor das vendas e tarifas cobradas pela Urbana não passa pelos cofres do Estado e cobre a imensa maioria dos custos totais do sistema permissionário, inclusive o total de salários. O governo do Estado tem feito todo esforço para garantir que os empresários recebam a devida remuneração por todos os seus custos calculados. O fato do governo ter feito ampla discussão com a Urbana sobre a planilha de custos de seus permissionários, desde o segundo semestre do ano passado, deu importante contribuição à saúde financeira das empresas", disse o Grande Recife.
Confira, abaixo, a nota da Urbana-PE na íntegra:
"Como é de conhecimento geral, o custeio do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife depende do aporte de subsídios por parte do governo do estado. Em função do cronograma previsto pelo governo para repasses desses subsídios, as empresas permissionárias de transporte por ônibus foram compelidas a ajustar o adiantamento salarial excepcionalmente neste mês de março, estendendo-o até a próxima segunda-feira (25/03). Essa medida foi comunicada aos colaboradores das empresas e ao Sindicato dos Rodoviários, em conformidade com a convenção coletiva da categoria. A Urbana-PE e as suas associadas reiteram o compromisso com os trabalhadores rodoviários de adotar todas as providências para efetuar os adiantamentos na data mais breve possível.
A Urbana-PE lamenta a atitude das lideranças rodoviárias, que penaliza novamente a população e a economia da nossa região com paralisações ilegais. Reiteramos que o Sindicato dos Rodoviários está ciente de que a convenção coletiva da categoria prevê a possibilidade de alteração do calendário de pagamento dos adiantamentos, assim como também sabe que a realização desses pagamentos depende dos aportes governamentais. A Urbana-PE pede a compreensão dos rodoviários e informa que não medirá esforços para normalizar a operação e garantir a continuidade da prestação de um serviço essencial à sociedade".
Confira, abaixo, a nota do Grande Recife na íntegra:
"A Coordenadoria de Comunicação e Imprensa do Grande Recife Consórcio tomou conhecimento da paralisação promovida pelo sindicato dos rodoviários nesta quinta-feira. Como é do conhecimento público, o pagamento dos salários é obrigação das empresas operadoras e, até o momento, não fomos oficializados por parte de nenhum dos sindicatos.
O valor das vendas e tarifas cobradas pela URBANA não passa pelos cofres do estado e cobre a imensa maioria dos custos totais do sistema permissionário, inclusive o total de salários.
O governo do estado tem feito todo esforço para garantir que os empresários recebam a devida remuneração por todos os seus custos calculados. O fato do governo ter feito ampla discussão com a URBANA sobre a planilha de custos de seus permissionários, desde o segundo semestre do ano passado, deu importante contribuição à saúde financeira das empresas.
Acreditamos que o interesse público e a prioridade com os trabalhadores que dão vida ao sistema sejam necessários, neste momento. Tão logo esses dois valores se sobressaiam, a situação estará resolvida da melhor forma para ambos, colaboradores e operadores".