Caso Camaragibe: sete policiais envolvidos na ação são afastados de qualquer função pública
Decisão anterior restringia o afastamento das funções na 2ª Seção do Estado Maior da Polícia Militar e do núcleo da inteligência da corporação
Uma decisão proferida pela Primeira Vara Criminal da Comarca de Camaragibe do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), na segunda-feira (18), afastou sete dos policiais militares investigados por envolvimento no Caso Camaragibe de qualquer função pública.
De acordo com a medida judicial, serão afastados os PMs que estão em liberdade provisória com cumprimento de medidas cautelares. Uma decisão anterior já havia definido o afastamento de sete dos acusados de qualquer função na 2ª Seção do Estado Maior da Polícia Militar ou em outro núcleo da inteligência da corporação.
Além disso, eles também estavam impedidos de serem lotados no 20º Batalhão de Polícia Militar de Pernambuco (20º BPM/PE).
No início do mês, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) oficializou uma denúncia contra 12 policiais militares por participação na chacina que vitimou seis pessoas da mesma família.
Os agentes da segurança pública foram denunciados pela participação no assassinato (por motivo torpe de vingança e em uma emboscada sem chance de defesa) de três dessas vítimas: Amerson Juliano da Silva, Agata Ayanne da Silva e Apuynã Lucas da Silva.
A lista completa de denunciados é composta pelos seguintes nomes:
- Fábio Roberto Rufino da Silva;
- Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco;
- João Thiago Aureliano Pedrosa Soares;
- Paulo Henrique Ferreira Dias;
- Leilane Barbosa Albuquerque;
- Emanuel de Souza Rocha Júnior;
- Dorival Alves Cabral Filho;
- Fábio Júnior de Oliveira Borba;
- Diego Galdino Gomes;
- Janecleia Izabel Barbosa da Silva;
- Eduardo de Araújo Silva;
- Cesar Augusto da Silva Roseno.
Relembre o caso
A chacina aconteceu depois que um confronto entre policiais e um irmão das vítimas, Alex da Silva Barbosa, conhecido como Alex Samurai, resultou em dois PMs mortos.
Além dos quatro irmãos, também foram mortas Maria José Pereira da Silva e Maria Nathália Campelo do Nascimento, mãe e esposa de Alex, respectivamente. De acordo com o MPPE, esses crimes são objeto de outro inquérito.
A chacina deixou mais uma vítima fatal. Grávida de sete meses, a jovem Ana Letícia foi baleada na cabeça durante a busca dos policiais por Alex e faleceu cerca de um mês após o fato. Ainda em coma, a adolescente deu à luz a uma menina, que nasceu prematura. Outro adolescente, de 14 anos, também foi baleado na cabeça pelos policiais mas sobreviveu ao ferimento.