Folha Imóveis

Ademi-PE: a busca pela inovação e modernização no mercado imobiliário

A entidade implantou novas ações, como a adoção de pesquisas de dados, que auxiliam associados e agentes públicos na tomada de decisões

ESTUDO MOSTRA QUE OS SETORES IMOBILIÁRIO E DA CONSTRUÇÃO CIVIL AINDA BUSCAM SE REESTRUTURAR APÓS A PANDEMIA - Freepik

A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) chega a 2024 com o compromisso de ter uma atuação mais próxima ao mercado, fornecendo informações e dados importantes para a sociedade. Entre os desafios da atual gestão está, ainda, contribuir para a organização urbana das cidades do Recife e Região Metropolitana. Recentemente, a Ademi-PE apresentou, em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, um estudo sobre o mercado imobiliário, com resultados do ano de 2023. São ações como essa que tornam a Associação mais proativa e útil, oferecendo estudos e pesquisas que contribuam para a tomada de decisões dos seus associados e alicercem a construção de políticas públicas voltadas à habitação e áreas afins, como mobilidade.

O estudo em parceria com a Brain trouxe apontamentos de tendências importantes, como investimentos para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Recife é uma das capitais que menos lançou projetos para a faixa social mais baixa, a que mais necessita de moradia. O déficit em 2023 era de 12 mil novas unidades. O mercado com renda acima do MCMV também passa por um momento de reestruturação após a pandemia, ultrapassando os patamares de 2019. Por exemplo, o ano de 2023 teve um aumento de 7% em unidades lançadas em relação a 2022.

“Os dados mostram como os setores imobiliário e da construção civil estão buscando se estruturar. Precisamos criar incentivos urbanísticos para aumentar a oferta de habitação na cidade, independentemente de ações da macroeconomia, como a redução da taxa de juros, aumento da renda per capita e redução do desemprego. Os municípios precisam criar incentivos urbanísticos para que a cidade possa oferecer mais unidades”, afirma o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões.

Rafael Simões, presidente da Ademi-PE | Foto: Walli Fontenele

Integração de tecnologias

Ações como a busca pela inovação e integração de novas tecnologias ao setor, aumento da interlocução com o governo e prefeituras para maior diálogo e ampliação da participação em planos estratégicos do Estado e dos municípios têm sido uma constante na administração da Ademi-PE. Esses temas estão diretamente ligados a série de transformações ocorridas nos últimos anos, buscando resultados mais sustentáveis.

Entre as principais ações, está a retomada do Troféu Ademi, que foi suspenso devido à pandemia. A premiação, que voltou a ser realizada em dezembro de 2023, é uma forma de reconhecer os projetos mais modernos que agregam valor à infraestrutura urbana, fazendo a diferença no cotidiano e impactando de forma positiva a vida da população. A última edição, que agregou os empreendimentos entregues em 2020, 2021, 2022 e 2023, reuniu 47 empreendimentos, somando R$ 4,1 bilhões em investimentos, 716 mil metros quadrados de área construída e 9.795 unidades habitacionais.

Para Rafael Simões, entre as principais ações está a retomada do Troféu Ademi | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

“A nova gestão da Ademi-PE está reestruturando a entidade, abordando temas como inovação e tecnologia, política ambiental e política urbana, envolvendo os membros das empresas associadas, que dão suas contribuições para a melhoria dos ambientes urbanos”, destaca o presidente da Ademi-PE, Rafael Simões.

Como exemplo dessas novas atividades, a Ademi-PE está participando da discussão do plano diretor de Jaboatão dos Guararapes. A entidade também fez uma proposta de alteração da Lei de Ocupação do Solo de Paulista. Outro destaque é a participação ativa nas audiências públicas para a regulamentação do Estudo de Impacto de Vizinhança do Recife, previsto no Plano Diretor da cidade.

Ocupação do solo mais eficaz

Na opinião de Simões, políticas públicas voltadas para uma melhor ocupação do solo trazem benefícios para as cidades. “Novos pontos que proporcionem uma ocupação do solo mais eficaz trazem mais opções e comodidades aos seus moradores, facilitando questões como a mobilidade, permitindo que os trabalhadores morem perto dos seus empregos, reduzindo descolamentos”, acrescentou o presidente da Ademi-PE.

Um dos pontos mais importantes da gestão atual foi a retomada da Cooperativa de Compras, permitindo que as incorporadoras consigam preços mais competitivos. Com isso, a Ademi-PE promove uma melhor relação entre fornecedores e compradores, fazendo com que as aquisições em lotes saiam a um preço mais reduzido, impactando no valor final dos imóveis.

Os resultados são frutos de uma série de ações que iniciaram antes da pandemia, nas discussões para a implementação do Plano Diretor do Recife. Técnicos e diretores da Ademi-PE estiveram presentes em todas as reuniões públicas, contribuindo com sugestões técnicas. Atualmente, as discussões continuam com as regulamentações dos instrumentos urbanísticos previstos no plano, principalmente de Impacto da Vizinhança e a Lei de Uso e Ocupação do solo.

“Esses são instrumentos importantes para tomadas de decisões do mercado imobiliário, tanto dos investidores quanto para a população que busca adquirir um imóvel. Dados e avaliações técnicas contribuem para decisões mais assertivas no ambiente de negócios. Essas informações proporcionam bons produtos para uma boa cidade com qualidade de vida para seus moradores”, explica a assessora técnica da Ademi-PE, Elka Porciúncula.