Reino Unido, comovido pelo câncer da princesa Catherine
Princesa já está em tratamento quimioterápico preventivo, iniciado no final de fevereiro
A popular princesa Catherine, que deixou todo o Reino Unido em suspense desde meados de janeiro após sua misteriosa operação abdominal, chama agora ainda mais a atenção do país, após anunciar na sexta-feira (22) que sofre de câncer.
Catherine, de 42 anos, postou fim aos rumores e especulações que circulavam desde que sua cirurgia foi anunciada, há dois meses, e informou que iniciou o tratamento quimioterápico.
O anúncio do câncer dominou as primeiras páginas da imprensa britânica neste sábado (23), que adora Catherine.
“Catherine, você não está sozinha”, escreveu o tablóide The Sun, ecoando o choque e o carinho pela princesa de Gales no Reino Unido.
Outro tablóide, o Daily Mail, atacou comentários das redes sociais "que vendem teorias de conspiração repugnantes para explicar a sua ausência da vida pública".
O Times manteve o discurso positivo da princesa na mensagem em que anunciou seu câncer, com um esperançoso "vou superar isso".
Catherine é muito querida no Reino Unido e provavelmente tem a mesma popularidade que a princesa Diana, mãe de seu marido e herdeiro da coroa, William, de 41 anos.
"Catherine nos contou o que ela tem em uma mensagem comovente. Não sabemos o tipo de câncer que ela tem ou o tempo de recuperação. E não precisamos saber. Ela tem o direito à privacidade como qualquer um", afirmou o colunista independente Sean O. 'Grady.
A princesa já está em tratamento quimioterápico preventivo, iniciado no final de fevereiro, segundo a agência britânica PA.
“A quimioterapia preventiva após a cirurgia é administrada para reduzir o risco do câncer voltar no futuro”, disse Andrew Beggs, principal pesquisador clínico e cirurgia colorretal da Universidade de Birmingham.
Beggs acrescentou que é "um pouco como limpar o chão com água sanitária quando você derrama alguma coisa", explicando que a quimioterapia "mata as células derramadas".
Câncer ataca a monarquia
Em um período de dois meses, a família real britânica descobriu que dois de seus membros mais importantes, o rei Carlos III e sua nora, a princesa Catarina, estão afetados por um câncer, cuja natureza não foi especificada em nenhum dos dois casos.
Em uma situação inédita, Sarah Ferguson, ex-esposa do príncipe Andrew, irmão do rei, anunciou em janeiro que sofre de melanoma maligno, um grave câncer de pele.
Assim, três membros da família real britânica são acometidos por algum tipo de câncer.
Carlos III, de 75 anos, cujo câncer foi anunciado em 5 de fevereiro, depois de ter sido descoberto em uma operação de próstata a que foi registrado, disse estar "orgulhoso da coragem" da nora.
O príncipe Harry, irmão mais novo de William, e sua esposa Meghan, que romperam com a família real e vivem na Califórnia, manifestaram em comunicado seu desejo de “saúde e recuperação para Catherine e sua família”.
Ausência pública
"É uma notícia terrível. É um choque", disse à AFP o especialista em família real Richard Fitzwilliams, que aparece em vários canais de televisão como analista da monarquia.
“A maneira como ela anunciou sua doença foi muito comovente”, disse ele. “Mas não há dúvidas de que é um momento muito difícil para a instituição da monarquia”, acrescentou, destacando que é “quase impossível” planear qualquer coisa com a participação de Charles e Catherine.
Um porta-voz do Palácio de Kensington, responsável pelo serviço de comunicações dos Príncipes de Gales, disse na sexta-feira que Catherine retornaria às suas funções oficiais "assim que sua equipe médica lhe der sinal positivo".
Segundo a agência PA, Catherine, William e seus três filhos não serão presentes na tradicional missa de Páscoa com a família real.