Dino aponta "autêntico ecossistema criminoso" ao votar no STF a favor de prisão de irmãos Brazão
STF formou maioria para manter a prisão de suspostos mandante do assassinato de Marielle Franco
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino apontou um possível “ecossistema criminoso” no Rio de Janeiro em voto para manter as prisões do deputado federal Chiquinho Brazão, do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa. Chiquinho e Domingos foram apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, e Rivaldo teria atuado para acobertá-los.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria nesta segunda-feira para manter a prisão do trio. A decisão confirma a determinação do ministro Alexandre de Moraes (STF). Dino foi o quarto a votar no julgamento. Falta apenas Luiz Fux.
No ano passado, quando ainda era ministro da Justiça e Segurança Pública, Dino foi responsável por colocar a Polícia Federal na investigação do caso, o que foi apontado por autoridades como essencial para se chegar aos mandantes do crime. A partir da entrada da PF, Élcio de Queiroz, que dirigia o carro usado para assassinar a vereardora, fechou um acordo de delação premiada em agosto de 2023. Depois, foi a vez do executor do crime, Ronnie Lessa, passar a também colaborar.
Neste domingo (25), após decisão de Moraes, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão contra os três suspeitos. Os policiais chegaram aos mandantes após a delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, preso desde 2019 por ter sido o responsável pelos disparos que mataram Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.
Segundo as investigações, a morte de Marielle foi encomendada pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Na época do crime, Chiquinho era vereador ao lado de Marielle. Ao determinar a prisão da dupla, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, citou "fortes indícios de materialidade e autoria" dos irmãos Brazão.