NEGÓCIOS

Fundador da Vivara deixa cargo de CEO dez dias depois de reassumir posição

Otavio Chacon do Amaral Lyra foi apontado para comandar a companhia, enquanto Nelson Kaufman irá assumir presidência do conselho de administração, dez dias depois de sentar na cadeira de CEO

Nelson Kaufman deixou o cargo de CEO - Vivara/Divulgação

Em nova troca de comando, a Vivara anunciou nesta segunda-feira (25) a saída do fundador e principal acionista da rede, Nelson Kaufman, do cargo de CEO. O empresário havia reassumido como diretor-presidente da joalheria há apenas dez dias, depois de mais de uma década afastado da posição.

Em comunicado ao mercado, a Vivara informou que Kaufman irá assumir a presidência do Conselho de Administração da Companhia. Otavio Chacon do Amaral Lyra, diretor financeiro e de relações com investidores, será o novo CEO da empresa. Com a troca de cadeiras, João Cox Neto, que presidia o colegiado desde 2019, passa a vice-presidente do Conselho de Administração.

A saída de Kaufman acontece após reação negativa do mercado financeiro ao anúncio de seu retorno como CEO, treze anos depois deixar o cargo. Na sexta-feira, os papéis da companhia acumulavam queda, na semana, de 18,3%, negociadas a R$ 25,08.

Pesaram para a avaliação negativa dos investidores o anúncio do fundador de que iria intensificar os planos de internacionalização da Vivara e informações da troca havia gerado conflitos no conselho. Em relatório divulgado no mesmo dia do anúncio, em 15 de março, analistas do JP Morgan sinalizavam que o retorno de Kaufman sugeriria uma potencial “mudança no foco da empresa”, além de levantar “ruído em torno da governança corporativa” da companhia.

Compra de ações na baixa
Na semana passada, quando as ações da companhia estavam negociadas a R$ 24,65, patamar mais baixo desde outubro de 2023, Kaufman decidiu ampliar sua participação na empresa. Em notificação ao mercado, ele anunciou a compra de mais ações da companhia, o que fez sua participação acionária passar de cerca de 24% para 26,22%. Segundo ele, o objetivo da operação foi “estritamente de investimento”.

Nesta segunda-feira, após o comunicado de renúncia, os papéis voltaram a subir - no início da tarde (às 13h24), operavam com alta de 2,83%, negociados a R$ 25,79.

Com 390 lojas e pontos de venda física espalhadas pelo país, sendo a maior parte delas em São Paulo, a Vivara detém quase um quinto do mercado brasileiro de joias. A companhia tem capital aberto na bolsa desde 2019.

Antes da dança de cadeiras que abalou o desempenho acionário da Vivara, a empresa havia encerrado o ano de 2023 com ações valorizadas em mais de60%, negociadas no patamar dos R$34. Com registro de alta nas vendas, empresa reportou, em 2023, receita bruta de R$ 2,7 bilhões, uma alta de 18,6% na comparação com o ano anterior.