Quem é Viktor Orbán, premier húngaro de ultradireita que defendeu Bolsonaro
Ex-presidente passou dois dias na Embaixada da Húngria após ter passaporte apreendido em operação da PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro passou dois dias na Embaixada de Hungria após ser alvo de uma operação da Polícia Federal no início de fevereiro. Quatro dias antes, ele havia tido seu passaporte apreendido e foi defendido pelo primeiro-ministro do país, Viktor Orbán. "Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente", escreveu o premier em uma rede social.
Líder do partido conservador Fidesz, Órban foi primeiro-ministro entre 1998 e 2002, tendo retornado ao poder em 2010. O Parlamento Europeu já constatou que a Hungria hoje vive uma autocracia liderada por Orbán, considerado uma inspiração para o conservadorismo no mundo. O órgão já criticou a política do primeiro-ministro húngaro por infrações contra o Estado de direito, nepotismo, corrupção, cooptação dos meios de comunicação, neutralização da oposição e perseguição a minorias e à população LGBTQIAP+. Órban tornou-se popular com uma retórica anti União Europeia (UE) — à qual a Hungria aderiu em 2004.
Orbán foi um dos poucos chefes de Estado que estiveram na posse de Bolsonaro, em janeiro de 2019. O premier húngaro faz parte de uma rede mundial de líderes conservadores ligados à extrema direita. Bolsonaro e Orbán se encontraram, em dezembro do ano passado, em Buenos Aires. Eles foram prestigiar a cerimônia de posse de Javier Milei na presidência da Argentina. Milei é um economista da extrema direita.
Jair Bolsonaro foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal, na manhã do dia 8 de fevereiro. Ele foi obrigado a entregar o passaporte à PF. Pessoas próximas a Bolsonaro, como seu ex-assessor Filipe Martins, foram presas na operação.
Em 2022, Órban apoiou Bolsonaro na campanha eleitoral de reeleição. “Meus amigos brasileiros! Vocês estão se preparando para uma importante eleição. Tenho servido meu país na Europa por mais de 30 anos. Já encontrei muitos líderes, mas vi muito poucos líderes tão excepcionais como o seu presidente, o presidente Bolsonaro. Fico feliz de ter tido a oportunidade de trabalhar com ele”, disse Orbán, em uma gravação.