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Conselho de Segurança da ONU faz minuto de silêncio pelas vítimas de atentado em Moscou

Ataque terrorista deixou ao menos 137 pessoas mortas na Rússia; quatro suspeitos foram detidos com sinais de tortura

Conselho de Segurança da ONU - Bryan R/ Smith/AFP

O Conselho de Segurança das Nações Unidas fez um minuto de silêncio nesta segunda-feira pelas vítimas do atentado em Moscou que deixou ao menos 137 pessoas mortas na sexta-feira. O representante do Japão na ONU, atual presidente do órgão de 15 nações, pediu a todos os membros que se levantassem para prestar respeito antes de dar início à sessão que terminou com a aprovação de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

O atentado ocorreu no centro comercial Crocus City Hall minutos antes de um show que seria feito no local começar. Autoridades russas classificaram o caso como um “atentado terrorista”. Mais tarde, a organização terrorista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do ataque. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que os homens armados chegaram e dispararam contra dezenas de pessoas.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, também fez um minuto de silêncio nesta segunda-feira em memória do ataque — o mais mortal na Rússia em duas décadas. O pedido foi feito por Ekaterina Kudelich, oficial do Ministério da Justiça russo. Ela disse ao conselho que este “ato desumano” foi “uma fonte de tristeza pessoal”, uma vez que “um colega próximo do Ministério da Justiça morreu no ataque, e a esposa dele ficou gravemente ferida”.

— Gostaríamos de expressar nossa gratidão a cada pessoa que não ficou indiferente a esta tragédia — disse Kudelich, solicitando o minuto de silêncio em memória dos que morreram.

Ataque terrorista
Segundo um repórter da agência Ria Novosti, homens em uniformes táticos invadiram uma casa de shows e abriram fogo antes de lançar “uma granada ou uma bomba incendiária, provocando um incêndio”. “As pessoas que estavam na sala se jogaram no chão para se proteger dos disparos por 15 ou 20 minutos” e muitos tentaram “sair rastejando”, disse. Vídeos do espaço em que o show seria realizado também foram divulgados. Neles é possível ouvir tiros e os gritos das pessoas.

— Ouvimos tiros, a princípio não sabíamos o que estava acontecendo. Então vi terroristas atirando nas pessoas. Jogaram vários coquetéis molotov e tudo pegou fogo. Fomos levados para a saída. A porta de saída estava trancada, depois fomos para o porão, onde esperamos por ajuda — disse Vitaly, uma testemunha do ataque, ao serviço russo da BBC.

A Casa Branca transmitiu suas condolências às vítimas do tiroteio e disse que “as imagens são simplesmente horríveis e difíceis de assistir”. Antes do Estado Islâmico assumir a autoria do ataque, a Ucrânia garantiu que não tinha “nada a ver” com o ocorrido.

Suspeitos são presos
Quatro homens suspeitos de realizar o ataque terrorista foram levados a um tribunal distrital no final do domingo e denunciados por terrorismo. Eles, que eram do Tajiquistão, trabalhavam como imigrantes na Rússia. Dois deles, após confessarem, foram formalmente acusados. Nesta segunda-feira, os promotores russos solicitaram a um tribunal de Moscou a prisão preventiva de mais três homens da mesma família.

Os quatro homens pareciam gravemente feridos quando foram levados, separadamente, à corte. Três entraram curvados no tribunal, enquanto o quarto estava em uma cadeira de rodas, informou a CNN. Vídeos deles sendo torturados e espancados durante o interrogatório circularam nas redes sociais. Eles foram detidos no sábado, de acordo tanto com a mídia estatal quanto da independente do país, e podem pegar prisão perpétua.

Segundo o tribunal, dois réus, Dalerjon Mirzoyev e Saidakrami Rachalbalizoda, se declararam culpados das acusações e foram formalmente acusados. Não foi divulgada nenhuma declaração dos outros dois, informou a agência de notícias independente Mediazona.

Muhammadsobir Fayzov, barbeiro de 19 anos de idade e o mais jovem dos acusados, foi levado para a sala de audiências diretamente de um pronto-socorro de um hospital, em uma cadeira de rodas. Ele estava acompanhado por um médico. Muitas vezes falando em tadjique, com ajuda de um tradutor para o russo, respondeu a perguntas sobre sua biografia em voz baixa e gaguejou, de acordo com a Mediazona. (Com AFP e NYT)