Caso Marielle

Presidente do Conselho de Ética diz que processo de cassação de Brazão pode levar no mínimo 20 dias

Deputado avalia que ação precisa passar por prazos para definir quem será o relator e para a elaboração do parecer

Leur Lomanto Jr. preside sessão do Conselho de Ética da Câmara - Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), presidente do Conselho de Ética da Câmara, declarou que o pedido de cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (União-RJ) não terá um desfecho nos próximos dias e vai precisar seguir os trâmites do colegiado. De acordo com o parlamentar, a expectativa é que demore no mínimo 20 dias até o relatório sobre o caso estar pronto para votação.

– Tem o prazo de dez dias para o relator encaminhar o relatório e tem a escolha do relator ainda. Não dá para precisar, mas acho que 20 dias — disse o deputado sobre o tempo que a representação pode ser votada.

O deputado, no entanto, ressalvou que "até a conclusão do parecer não tem como precisar quanto tempo exato" leva para o processo terminar.

Em paralelo a isso, a Câmara vai se reunir nesta terça-feira para decidir pela manutenção da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que prendeu Brazão por suposto envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco.

– Amanhã é a deliberação sobre a prisão (no Plenário), manter ou não, a Câmara vai decidir. Depois é o processo de cassação em si, que foi a representação do PSOL que vai tramitar dentro do Conselho e depois precisa ser referendada pelo Plenário – disse Lomanto.

O deputado do União Brasil detalhou as etapas que a ação precisa passar no colegiado até ser votada.

– O primeiro passo é chegar no Conselho. Chegando, eu convoco uma reunião para o sorteio, são sorteados três nomes, a gente escolhe o nome, conversa com todos os sorteados, não tem prazo para escolha de nome. Ele (o relator) tem dez dias para poder entregar relatório, depois é apreciado o relatório, se há admissibilidade ou não da representação. Se houver, dá-se início a todo o processo em si.

Ele também declarou que existem sete ações contra outros deputados, que estão mais avançadas que a de Brazão e devem ter seus relatórios apreciados nos próximos dias.

– Temos sete representações que já foram designadas relator, estamos aguardando, temos duas prontas para deliberar e algumas estão aguardando, os relatores ainda não encaminharam o relatório.

O tratamento dispensado para o caso de Brazão não é inédito. A ex-deputada Flordelis, condenada como mandante da morte do marido, foi alvo de uma representação no Conselho que teve início em fevereiro de 2021 e o processo só foi votado sete meses depois.

Lomanto foi colega de partido de Brazão, que foi expulso ontem do União Brasil. O presidente do Conselho disse que prefere "não emitir nenhum tipo de opinião sobre o processo em si".

O parlamentar disse ainda que vai tentar convocar uma reunião do Conselho para a próxima quarta-feira, mas ele avalia que o feriado da Semana Santa deve impedir a sessão e que a próxima deve acontecer na semana que vem.