MARIELLE FRANCO

Caso Marielle: PSOL pede que PGR investigue Braga Netto por nomear delegado preso

Partido argumenta que general foi alertado que Rivaldo Barbosa era suspeito de ter ligações com a milícia carioca, e não era aconselhado para chefiar a corporação

Ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto - Marcello Casal JrAgência Brasil

O PSOL pediu que o Ministério Público Federal (MPF) investigue o general Walter Braga Netto — interventor da Segurança Pública no Rio de Janeiro no governo Temer — por nomear o delegado Rivaldo Barbosa como chefe de Polícia Civil do estado na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco. O documento foi encaminhado para o Procurador Geral da República (PGR), Paulo Gonet.

Passados mais de seis anos do crime, a Polícia Federal prendeu Barbosa preventivamente na manhã deste domingo. Ele é suspeito de ter atuado para proteger os mandantes. A delação do ex-PM Ronnie Lessa aponta que Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, encomendaram a morte da vereadora.

No documento, o partido argumenta que Braga Netto foi alertado que Barbosa era suspeito de ter ligações com a milícia carioca, e não era aconselhado para chefiar a corporação.

"Ao nomear Rivaldo Barbosa, Braga Netto deu o poder necessário para o artífice – e uma das cabeças pensantes – da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. Fica o questionamento: qual a motivação do Sr. Braga Netto para ignorar as ligações do Sr. Rivaldo Barbosa com a milícia?", questiona o partido no documento.

 

Ao Globo, a defesa do general afirmou que, durante o período da intervenção no Rio, a seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então Secretário de Segurança Pública.

"Durante o período da Intervenção Federal na área da segurança pública no estado do Rio de Janeiro, em 2018, a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública. A seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então Secretário de Segurança Pública, assim como ocorria nas outras secretarias subordinadas ao Gabinete de Intervenção Federal, como a de Defesa Civil e Penitenciária. Por questões burocráticas, o ato administrativo era assinado pelo Interventor Federal que era, efetivamente, o governador na área da segurança pública no RJ", disse a defesa de Braga Netto.