Apesar de preços mais altos, Páscoa movimenta comércio na Região Metropolitana do Recife
Expectativa é que volume de vendas ultrapasse R$ 80 milhões; peixes e chocolates são os mais procurados pelos consumidores
O período da Páscoa tem um importante impacto na economia de Pernambuco, em especial no setor varejista. Muitas pessoas vão ao comércio em busca do melhor preço e qualidade de peixes, bacalhau, chocolates e outros alimentos que compõem o cardápio deste período.
De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), a expectativa é que o volume de vendas ultrapasse R$ 80 milhões, número equivalente quando comparado ao ano passado.
Um dos grandes polos de venda de peixe da Região Metropolitana do Recife (RMR) é o Mercado de São José, no Centro do Recife.
A comerciante Rute Miranda, que tem 58 dos seus 70 anos de vida dedicados àquele comércio, frisou que, apesar do bom fluxo, este ano, o movimento ainda está baixo em relação a 2023.
“O movimento caiu bastante em comparação ao ano passado, acredito que uma das causas seja essa reforma no mercado (de São José). Taparam a entrada que dava para nosso espaço, além de muita gente não nos achar, também evitam vir devido aos transtornos da reforma”, pontuou Rute.
Segundo pesquisa realizada pelo Fecomércio-PE, há otimismo entre empresários dos segmentos de super e hipermercados e comércio de chocolates e peixarias no Recife, em relação à sexta data comemorativa mais relevante para o varejo.
Entre os motivos que embasam essa expectativa positiva, destaca-se o aumento da procura pelos produtos, impulsionado pela utilização de canais de comunicação como aplicativos de mensagens e redes sociais.
Dentre os produtos marítimos comercializados, o peixe corvina, o bacalhau e o camarão são os campeões de venda.
“Pesquisei em outros locais e vi que aqui no Mercado o preço e a aparência dos peixes estão mais em conta. Notei que houve um aumento em relação ao ano passado, mas temos que ter a comida de Páscoa na mesa”, disse o servidor público aposentado, Julisson Santana.
A vendedora Cristina Gomes, de 41 anos, comentou que apertou o orçamento este ano para conseguir fazer as compras da semana santa. “Tirei de um lugar e coloquei em outro. Vim aqui comprar peixe e camarão e está mais caro do que eu pensava. Quanto ao chocolate, acabei não escolhendo pela marca, mas pelo preço mais em conta mesmo”, esclareceu.
Já o produtor rural Juvenal Lima saiu de Limoeiro, Zona da Mata Norte do Estado, para o Recife para fazer suas compras de Páscoa. “Trouxe a família para escolher o ovo da Páscoa e aproveitei para comprar o bacalhau, que está com um valor muito bom, inclusive mais barato que no ano passado. Passei em alguns lugares e aqui, no centro da capital, está justo o preço”, declarou.
Nem tão popular assim
Os tradicionais ovos de chocolate são sempre cobiçados nessa época, mas nem sempre têm um preço tão acessível nos locais de venda.
Na semana passada, o Procon-PE, órgão ligado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência, fez uma pesquisa de preços desses produtos, onde foi identificada uma variação percentual de 89,08% com uma das marcas. A pesquisa teve como objetivo orientar e oferecer uma referência ao consumidor para auxiliá-lo em sua decisão de compra.
“Diferente do trabalho que realizamos, mensalmente, com as pesquisas da cesta básica, essa pesquisa de Ovos de Páscoa é fundamental, pois a Páscoa acontece apenas, uma vez ao ano. Nossa pesquisa, dá a oportunidade do consumidor garantir o menor preço na hora de comprar uma doce lembrança, pagando menos”, comentou a Gerente de Fiscalização, do Procon-PE, Liliane Amaral.
Muitas pessoas estão recorrendo aos locais mais baratos para garantir os seus doces e de seus familiares. Pesquisam em lojas físicas e e-commerce e avaliam onde é a melhor escolha.
Daise Barros, além de valor, avaliou também tempo e logística. “Há lugares com filas imensas que não compensam a espera já que a diferença de preço é mínima. A gente vai atrás dessa vantagem e acaba perdendo tempo que poderia ser usado com outras coisas”, analisou a recepcionista de 33 anos, que foi à caça do ovo de Páscoa no supermercado para a filha.
Há quem aponte que os valores aumentaram, mas não muito em relação ao ano passado. A dona de casa Patrícia Fragoso aproveitou o momento de compras regulares para casa e adquiriu ovo para os netos. “Barato não está, mas também estava assim em 2023. Me programei financeiramente para levar esse mimo para os netos e também estou levando um para eu e meu esposo dividirmos”, alegou.