Páscoa

Apesar de preços mais altos, Páscoa movimenta comércio na Região Metropolitana do Recife

Expectativa é que volume de vendas ultrapasse R$ 80 milhões; peixes e chocolates são os mais procurados pelos consumidores

Consumidores aproveitam quinta-feira (27) para garantir peixe da Semana Santa - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

O período da Páscoa tem um importante impacto na economia de Pernambuco, em especial no setor varejista. Muitas pessoas vão ao comércio em busca do melhor preço e qualidade de peixes, bacalhau, chocolates e outros alimentos que compõem o cardápio deste período.

De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), a expectativa é que o volume de vendas ultrapasse R$ 80 milhões, número equivalente quando comparado ao ano passado. 

Um dos grandes polos de venda de peixe da Região Metropolitana do Recife (RMR) é o Mercado de São José, no Centro do Recife.

A comerciante Rute Miranda, que tem 58 dos seus 70 anos de vida dedicados àquele comércio, frisou que, apesar do bom fluxo, este ano, o movimento ainda está baixo em relação a 2023.

“O movimento caiu bastante em comparação ao ano passado, acredito que uma das causas seja essa reforma no mercado (de São José). Taparam a entrada que dava para nosso espaço, além de muita gente não nos achar, também evitam vir devido aos transtornos da reforma”, pontuou Rute.

Comerciante Rute Miranda trabalha há 58 anos no Mercado de São José | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Segundo pesquisa realizada pelo Fecomércio-PE, há otimismo entre empresários dos segmentos de super e hipermercados e comércio de chocolates e peixarias no Recife, em relação à sexta data comemorativa mais relevante para o varejo.

Entre os motivos que embasam essa expectativa positiva, destaca-se o aumento da procura pelos produtos, impulsionado pela utilização de canais de comunicação como aplicativos de mensagens e redes sociais.

Dentre os produtos marítimos comercializados, o peixe corvina, o bacalhau e o camarão são os campeões de venda.

“Pesquisei em outros locais e vi que aqui no Mercado o preço e a aparência dos peixes estão mais em conta. Notei que houve um aumento em relação ao ano passado, mas temos que ter a comida de Páscoa na mesa”, disse o servidor público aposentado, Julisson Santana.

Julisson Santana aproveitou o peixe no Mercado de São José | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

A vendedora Cristina Gomes, de 41 anos, comentou que apertou o orçamento este ano para conseguir fazer as compras da semana santa. “Tirei de um lugar e coloquei em outro. Vim aqui comprar peixe e camarão e está mais caro do que eu pensava. Quanto ao chocolate, acabei não escolhendo pela marca, mas pelo preço mais em conta mesmo”, esclareceu.

Já o produtor rural Juvenal Lima saiu de Limoeiro, Zona da Mata Norte do Estado, para o Recife para fazer suas compras de Páscoa. “Trouxe a família para escolher o ovo da Páscoa e aproveitei para comprar o bacalhau, que está com um valor muito bom, inclusive mais barato que no ano passado. Passei em alguns lugares e aqui, no centro da capital, está justo o preço”, declarou.

Nem tão popular assim
Os tradicionais ovos de chocolate são sempre cobiçados nessa época, mas nem sempre têm um preço tão acessível nos locais de venda.

Na semana passada, o Procon-PE, órgão ligado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência, fez uma pesquisa de preços desses produtos, onde foi identificada uma variação percentual de 89,08% com uma das marcas. A pesquisa teve como objetivo orientar e oferecer uma referência ao consumidor para auxiliá-lo em sua decisão de compra.

Ovos são os mais procurados | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

“Diferente do trabalho que realizamos, mensalmente, com as pesquisas da cesta básica, essa pesquisa de Ovos de Páscoa é fundamental, pois a Páscoa acontece apenas, uma vez ao ano. Nossa pesquisa, dá a oportunidade do consumidor garantir o menor preço na hora de comprar uma doce lembrança, pagando menos”, comentou a Gerente de Fiscalização, do Procon-PE,  Liliane Amaral.

Muitas pessoas estão recorrendo aos locais mais baratos para garantir os seus doces e de seus familiares. Pesquisam em lojas físicas e e-commerce e avaliam onde é a melhor escolha.

Daise Barros, além de valor, avaliou também tempo e logística. “Há lugares com filas imensas que não compensam a espera já que a diferença de preço é mínima. A gente vai atrás dessa vantagem e acaba perdendo tempo que poderia ser usado com outras coisas”, analisou a recepcionista de 33 anos, que foi à caça do ovo de Páscoa no supermercado para a filha.

Daise Barros garantiu os ovos para a filha | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Há quem aponte que os valores aumentaram, mas não muito em relação ao ano passado. A dona de casa Patrícia Fragoso aproveitou o momento de compras regulares para casa e adquiriu ovo para os netos. “Barato não está, mas também estava assim em 2023. Me programei financeiramente para levar esse mimo para os netos e também estou levando um para eu e meu esposo dividirmos”, alegou.