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Inflação americana avança 2,8% em 12 meses

Número, que exclui alimentos e energia, vem em linha com consenso de agentes de mercado

Inflação nos EUA - Canva/Reprodução

A inflação de gastos com consumo nos EUA, o chamado deflator do PCE, desacelerou em fevereiro em relação com o mês anterior. O dado registrou alta de 0,3% no segundo mês do ano, depois de registrar 0,4% em janeiro, informou nesta sexta (29), o Departamento de Comércio dos EUA.

O dado veio abaixo da expectativa de agentes de mercado, que aguardavam um aumento de 0,4% no índice. No acumulado de doze meses, o índice avançou 2,5%.

Já o núcleo do deflator do PCE, que exclui os dados de alimentos e energia, avançou 0,3% em fevereiro, também desacelerando na comparação com janeiro, que registrou avanço de 0,5%. Na relação de 12 meses, o dado registrou ligeira desaceleração, para 2,8%, ante 2,9% no primeiro mês do ano.

O núcleo do deflator do PCE é um dado bem aguardado e lido com atenção, já que baliza as decisões do Federal Reserve no acompanhamento do processo de desinflação.

Os gastos com consumo foram a grande surpresa da divulgação. O dado registrou um avanço de 0,8%, enquanto os agentes esperavam um avanço de 0,5%. Em janeiro, os gastos com consumo tiveram alta de 0,2%. A renda pessoal registrou um avanço de 0,3%.

– Nosso objetivo é aumentar a confiança antes de considerar cortes na taxa – disse Jerome Powell, presidente da autoridade monetária americana, se referindo ao início do ciclo de cortes na taxa básica de juros dos Estados Unidos.

Aguardada pelo mercado para ter o início na última reunião do comitê de política monetária, realizada no dia 20, a decisão foi postergada por conta da resiliência da economia americana, que ainda apresenta dados positivos de emprego e de inflação.

–Acreditamos que um desaquecimento do mercado de trabalho nos próximos meses e um crescimento moderado da renda resultarão num aumento geral mais lento de gastos – disseram os analistas Stuart Paul e Estelle Ou. Ouvidos pela Bloomberg, os agentes acreditam que o Fed está iniciará o ciclo de corte nas taxas em junho.

A fala de Powell se assemelha à de Roberto Campos Neto, presidente do BC do Brasil. Ele disse ontem, durante divulgação do Relatório de Inflação, que “precisa de mais dados para basear o futuro do ciclo de cortes nos juros”.

Powell participou de um evento promovido pelo Fed de São Francisco nesta sexta. O dado de inflação também foi divulgado hoje, em meio ao feriado da Paixão de Cristo, onde bolsas da Zona do Euro, Reino Unido, EUA, assim como a brasileira, não abriram.