FUTEBOL

Raio-x: Finais dos Estaduais indicam favoritismos, mas guardam emoções para jogos de volta

Com 15 finais pelo Brasil, apenas três terminaram com mais de um gol de vantagem para algum lado

Paulista, Mineiro e Baiano foram algumas das decisões que começaram neste fim de semana - Raul Barretta/Santos, Gustavo Aleixo/Cruzeiro e Tiago Caldas/Bahia

O futebol brasileiro entrou de vez em ritmo de decisão. O último fim de semana trouxe 15 finais de campeonatos estaduais pelo país, todas com os jogos de volta marcados para os próximos sábado ou domingo. Para quem gosta de emoção, foram poucas as finais com definições claras — em teoria — já nas partidas de ida.

Que o diga o Palmeiras, que precisará da terceira virada seguida em finais de Estadual (como fez contra São Paulo e Água Santa) se quiser ser tricampeão paulista. Sob os olhos de Neymar — que também carregou a taça — na Vila Belmiro, o Santos fez jogo duro, e Otero, de cabeça, garantiu a vitória por 1 a 0 para o Peixe. O time, em ano de reestruturação após a queda para a Série B no Brasileiro, tenta ser campeão paulista pela primeira vez desde 2016.

Mas a missão está longe de encaminhada. Se ontem o time de Fábio Carille quebrou a invencibilidade do rival na temporada, agora precisará se tornar o segundo time a não ser derrotado como visitante neste ano pelo alviverde, que voltou ao Allianz Parque no último dia 28, na semifinal contra o Novorizontino. Apenas o também rival Corinthians (empate em 2 a 2) se livrou.

—Estamos enfrentando um dos melhores times dos últimos anos, temos que ter humildade e respeito. É uma vantagem importante, mesmo a mínima é importante — pregou Carille.

Na Bahia, que nos últimos cinco anos teve dois títulos do Atlético de Alagoinhas e outros pequenos presentes em todas as decisões, o Estadual volta a ser decidido num Ba-Vi, e em jogo para ficar marcado. O Vitória, que retorna ao Brasileirão da Série A em 2024, virou para cima do Bahia no Barradão com gol de Iury Castilho já no estouro dos acréscimos.

— A gente sempre mostra que é difícil ganhar da gente aqui no Barradão, e hoje (ontem) nós provamos mais uma vez. O próximo jogo vai ser casa neutra, e vamos fazer de tudo para sair com o título — provocou o volante Rodrigo Andrade sobre o segundo duelo, na Arena Fonte Nova. O Vitória briga pelo 30º título estadual, enquanto o Bahia busca o 51º.

Jejum pode crescer
O placar mais elástico aconteceu no Rio de Janeiro, onde o Flamengo abriu 3 a 0 sobre o Nova Iguaçu, esbanjando a disparidade técnica entre as duas equipes.

— A gente sabe que é muito difícil reverter o resultado, mas quem sabe (nós possamos conseguir) uma vitória para nos despedirmos da competição com cabeça erguida e dignidade — admitiu o meia Bill, do time da Baixada, após a partida.

Muito perto de seu 38º título do Estadual, o Flamengo deve ajudar a aumentar para 59 anos o jejum de conquistas dos pequenos no Carioca, a maior marca entre os torneios locais do país.

Quem também deu mais que um passo à frente do rival foi o Sport, que venceu o Náutico nos Aflitos e se aproximou do bicampeonato estadual em Pernambuco. O Leão é o maior vencedor isolado da competição, com 43 conquistas, e abriu 2 a 0 na primeira partida.
 

Das 15 finais em disputa até aqui, 14 serão definidas nas penalidades em caso de igualdade no placar agregado. Mas o “alerta de pênaltis” não poderá ser disparado em Belo Horizonte, já que o Cruzeiro, por ter feito a melhor campanha na primeira fase, conta com a vantagem do empate sobre o rival Atlético Mineiro.

No primeiro confronto entre os dois, na Arena MRV, sobrou emoção, com dois gols do Galo no primeiro tempo e a Raposa buscando o empate já nos acréscimos, com Dinenno.

— O primeiro tempo me deixa tranquilo. Tivemos qualidade, eles compreenderam como eu quero jogar — analisou o técnico Gabriel Milito, que fez sua estreia pelo Galo na partida.

O Atlético, que busca o pentacampeonato, terá um obstáculo a mais na decisão, já que joga no meio da semana contra o Caracas, na Venezuela, pela fase de grupos da Libertadores. Para o Cruzeiro, a vitória seria o primeiro título da gestão Ronaldo à frente da SAF do clube após o retorno à Série A.

O fim de semana também teve placares não movimentados no clássico entre Ceará e Fortaleza e na decisão do Gauchão entre Grêmio e Juventude. No Castelão, o confronto pode valer o empate em títulos estaduais ou o pulo na frente do Fortaleza, que tem 46, contra 45 do Ceará. Já no Sul, a igualdade no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, tornou mais difícil para o Juventude repetir a conquista que veio pela única vez em 1998. Para o Grêmio, que agora decide em casa, o jogo vale o inédito heptacampeonato estadual.