Brasil

BC vai intervir no câmbio pela 1ª vez no governo Lula após dólar ir a R$ 5,059

Dólar está pressionado pelo aquecimento da atividade econômica dos EUA

Dólar - Canva/Reprodução

O Banco Central do Brasil vai intervir no câmbio pela primeira vez durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (2). Nesta segunda-feira, a moeda americana fechou em R$ 5,059, a maior cotação dos últimos seis meses, devido a incertezas sobre a economia americana.

A autoridade monetária fará um leilão adicional de até 20 mil contratos de swap cambial, o equivalente a US$ 1 bilhão. No ano passado, o BC não colocou dinheiro novo no mercado, apenas promoveu a rolagem de linhas e do estoque de swaps cambiais.

Nos contratos de swap cambial, o Banco Central realiza uma operação que corresponde a uma venda de dólares no mercado futuro, assegurando que haja oferta para atender ao aumento da demanda pela moeda — que faz a cotação subir. Esse instrumento é usado pelo BC para evitar uma disfunção no mercado do câmbio.

Em nota, o BC informou que a medida será tomada para atender a uma demanda gerada pelo resgate do título NTN-A3, atrelado ao câmbio, previsto para 15 de abril.

A NTN-A3 é um título público que nos últimos anos não tem sido negociado pelo Tesouro Nacional. No entanto, há no mercado instituições que mantêm o papel em suas carteiras.

 

"As condições para operacionalização do leilão serão divulgadas por intermédio de comunicado do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab)", diz um trecho da nota.

O que acontece se o dólar subir muito?
A alta do dólar tem impacto na inflação — preocupação central do BC. Isso ocorre, porque diversos setores, com destaque para o agronegócio, têm custos dolarizados. Um deles é a importação de insumos e fertilizantes.

O dólar subiu em todo o planeta, após a divulgação de que a atividade industrial nos Estados Unidos ficou acima de 50 pontos pela primeira vez desde setembro de 2022. A barreira de 50 pontos separa expansão e encolhimento.