autismo

Tecnologia do filme "Avatar" auxilia no diagnóstico precoce do autismo em crianças; entenda

No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, saiba mais sobre o estudo que mapeia movimentos de jovens com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Laboratório emprega sensores para capturar o movimento humano em três dimensões - Acervo Pessoal/Letícia Paes Silva

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente chamado de autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento. Normalmente, a condição é diagnosticada na “segunda infância”, entre os 4 e os 6 anos de idade. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, desenvolveram um método para ajudar a identificar dificuldades motoras de forma precoce e analisar o controle postural em crianças com TEA. O estudo utiliza a técnica de análise de movimento vista na produção do filme Avatar, com cerca de nove câmeras em infravermelho.

O chamado 'Sistema de Análise do Movimento Tridimensional', possibilita que os pesquisadores capturem o movimento humano em três dimensões e o analisem detalhadamente, oferecendo informações das forças envolvidas no movimento.

"Câmeras infravermelhas capturam a imagem dos marcadores em várias posições ao longo do tempo, que são analisadas e processadas por softwares capazes de determinar a posição tridimensional de cada marcador em relação ao espaço" explica a mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação (PPGCR) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), Letícia Paes Silva, que utiliza a tecnologia em sua pesquisa.

O processo conta, ainda, com — um software que realiza uma série de análises, incluindo cinemática, cinética e de postura, amplitude de movimento, velocidade e aceleração, entre outras — complementa.

Segundo estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA em 2012, a incidência de autismo no mundo é de 1,46% da população mundial com até oito anos — sendo 2,36% em meninos, e 0,53% em meninas.

Segundo Letícia, seu contato diário com pacientes a fez perceber o número crescente de crianças com TEA encaminhadas para atendimentos fisioterapêuticos. Ela explica que seu trabalho tem o —potencial de fornecer insights valiosos sobre os desafios motores enfrentados por crianças com TEA — diz.