OMS lança avatar de inteligência artificial com dicas de saúde e informações sobre doenças
Sistema ainda está em fase inicial, mas pretende ser fonte segura para esclarecer dúvidas
Já é comum consultar temas de saúde na internet, para encontrar explicações sobre sintomas, doenças, diagnósticos, medicamentos, vacinas, tratamentos e estilos de vida. Tendo em mente este comportamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu, ainda com muitas deficiências, de acordo com as primeiras experiências, um chat de inteligência artificial. A Sarah, apresentada nesta terça-feira, foi criada para esclarecer dúvidas e dar dicas de saúde.
A Smart AI Resource Assistant for Health (Sarah), já havia sido testada durante a pandemia com outro nome, Florença. No entanto, ela ressurge, desta vez, com um novo modelo de linguagem, tecnologia mais avançada e, por enquanto, em oito idiomas.
Sarah responde perguntas muito gerais com o mínimo de empatia e sempre recomenda ir ao médico. Presume-se que é capaz de fornecer informações sobre os principais temas de saúde, mas nos testes realizados nestas primeiras etapas não conseguiu fornecer links para informações médicas mais específicas e limitou-se a oferecer recomendações muito gerais ou uma lista básica de informações ou sintomas associados a algumas doenças.
Apesar das deficiências deste lançamento, a OMS escolheu não perder o trem da inteligência artificial, sem deixar que a tecnologia associada a informações de saúde caiam nas mãos de empresas com interesses econômicos e comerciais. Como qualquer sistema de IA, Sarah aspira crescer com a interação humana.
A Organização também admite as deficiências do sistema atual. Neste sentido, a diretora da OMS pede “ajuda à comunidade de investigação para continuar a explorar como esta tecnologia pode reduzir as desigualdades e ajudar as pessoas a encontrar informações de saúde atualizadas e confiáveis”.
“O futuro da saúde é digital e apoiar os países para aproveitarem o poder das tecnologias para a saúde é uma prioridade”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em nota. “Sarah nos dá uma ideia de como a inteligência artificial poderá ser utilizada no futuro para melhorar o acesso à informação de saúde de uma forma mais interativa”.
O avatar foi desenvolvido pela Soul Machines com o apoio da Rooftop e, a OMS alerta que “as respostas podem nem sempre ser precisas porque se baseiam em padrões e probabilidades dos dados disponíveis”. Neste sentido, a organização alerta que não é responsável por qualquer conteúdo de conversação criado por IA generativa nem “representa ou compreende as opiniões ou crenças da OMS”.
O aviso final ao utilizador é decisivo: “Compreende e aceita que não deve confiar nas respostas geradas como única fonte de informação verdadeira ou factual, nem como substituto de aconselhamento profissional”.
Robôs na saúde
A IBM possui o Watson Health um robô de conversa disponível a qualquer momento, que coleta informações básicas.
Na área profissional, a Microsoft desenvolve o Azure Health Bot, um sistema conversacional baseado em informações médicas, protocolos de classificação e modelos de linguagem treinados para compreender a terminologia clínica.
O Google também entrou neste mercado com a família de modelos integrados ao MedLM. Greg Corrado, chefe de Inteligência Artificial para Saúde da empresa, destaca as ferramentas de análise de imagens radiográficas e o AMIE, um aplicativo “otimizado para raciocínio diagnóstico e conversação que emula interações entre o paciente e o profissional”.