Presos, presidente e vice de uniformizada do Sport foram mandantes do ataque ao ônibus do Fortaleza
Segundo a corporação, os dois não atuaram diretamente no crime, mas foram os mandantes e sabiam de tudo que estava acontecendo
A Polícia Civil de Pernambuco deu mais detalhes, na manhã desta quinta-feira (4), sobre as prisões do presidente e vice-presidente da torcida uniformizada Jovem do Leão, detidos por suposto envolvimento no ataque ao ônibus do Fortaleza após partida contra o Sport na Arena de Pernambuco.
Segundo a corporação, os dois não atuaram diretamente no crime, mas foram os mandantes e sabiam de tudo que estava acontecendo. O vice-presidente, de acordo com a corporação, já possuía passagem criminal por envolvimento em brigas de torcida, por crimes como associação criminosa e tentativa de homicídio.
"Na fase 2 da nossa operação, faltava identificar quem estava comandando, quem deu a ordem para o ataque, que, supostamente, seria direcionado primeiro para o ônibus com a torcida do Fortaleza. Foi um trabalho de inteligência porque tínhamos que agir no melhor momento. Agora podemos fechar o quebra-cabeça porque podemos identificar os mandantes, as pessoas que executaram, quem jogou pedra e quem jogou as bombas", revelou o delegado da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva, Raul Carvalho.
Ainda segundo o delegado, a suspeita é de que o ataque ao ônibus da delegação pode ter acontecido por erro. Ainda assim, há dúvidas que precisam ser solucionadas. "A gente suspeita que eles queriam atacar o ônibus da torcida do Fortaleza. O que achamos é que houve uma precipitação nessa ação e, assim, aconteceu essa confusão e eles atingiram o ônibus errado. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que os ônibus da delegação e da torcida rival são muito diferentes. Então continuamos a investigação para tentar chegar à resposta", explicou.
Agora, três suspeitos seguem foragidos. O trabalho segue para capturá-los. "Um dos três é o que conduzia o ônibus que transportava as bombas. Outro executou o ataque com pedras e que também atirou bombas, além de outro que era o organizador. A gente já tem a prisão da pessoa que construiu a bomba e de um que, inclusive, jogou a bomba no ônibus. Mas queremos continuar até prender todos", completou o delegado.
Os dois mandantes presos nessa quarta-feira (3) respondem pelos crimes de tentativa de homicídio, associação criminosa, dano ao patrimônio e provocação de tumulto.
Prisões até o momento
A Operação Hooligans, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco em março, já prendeu outros quatro suspeitos de participação no ataque ao ônibus do Fortaleza.
O caso aconteceu no dia 22 de fevereiro, após a partida entre o Sport contra o Fortaleza na Arena de Pernambuco, pela Copa do Nordeste.
O ataque, que aconteceu a sete quilômetros da Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), onde as equipes jogaram, deixou seis jogadores do time cearense feridos. Os criminosos atiraram pedras e bombas contra o veículo.
A polícia afirmou que a organização criminosa alvo da operação é investigada pelos crimes de tentativa de homicídio, provocação de tumulto e dano. A apuração começou logo após o atentado ao veículo do Fortaleza.