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Ao lado de Tabata, Datena se filia ao PSDB, décimo partido da trajetória do apresentador

Apresentador é cotado para ser vice de Tabata Amaral (PSB)

José Luiz Datena se filiou ao PSDB: a deputada federal Tabata Amaral (PSB) esteve ao seu lado no evento de filiação - Reprodução/X

O apresentador José Luiz Datena se filiou nesta quinta-feira (4) ao PSDB, seu décimo partido desde 1992. Ele é cotado para ser vice de Tabata Amaral (PSB), que estava ao seu lado no evento, na disputa à Prefeitura de São Paulo, mas evitou cravar se irá seguir nessa posição ou se poderia lançar uma candidatura própria ao município pelo seu novo partido.

A filiação foi acertada na noite desta quarta-feira, após uma reunião entre Tabata, Datena, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e o presidente do diretório municipal paulistano, José Aníbal. Aníbal disse, nesta quinta, que essa filiação dá um “impulso forte ao posicionamento do PSDB” e deixou em aberto a posição que o apresentador terá na eleição municipal.

"A partir de agora nós vamos iniciar um novo procedimento nessa sucessão paulistana com o Datena como nosso companheiro com condições de disputar o que for importante para que a gente conquiste a vitória nessa cidade" falou.

O presidente nacional do partido, Marconi Perillo, não compareceu ao evento porque estava em um compromisso.

Em sua fala, Datena disse que sua filiação ao PSDB, deixando o PSB após menos de quatro meses, é um movimento “que já vinha sendo estudado”.

"Eu queria deixar bem claro que este é um movimento acima de tudo, não é de uma pessoa. Esse é um movimento que já vem sendo estudado e que me foi informado desde que eu fui convidado pela Tabata para ser candidato junto com ela. Essa é uma movimentação de coligação partidária, única e simplesmente de coligação partidária. O futuro a Deus pertence, amanhã eu posso não estar aqui. Mas para deixar bem claro, eu sei que as perguntas virão, e a resposta já está definida neste preâmbulo" falou Datena.

Tabata busca há meses a aliança com o PSDB, mas alguns fatores tornam a equação complexa. O principal deles é que a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), vetou uma composição com o PSB por considerar que seria como se aliar ao "inimigo", já que o PSB é o partido do prefeito do Recife, João Campos, adversário de Lyra no estado e namorado de Tabata.

Outro problema é que, em um eventual cenário de segundo turno entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), Tabata provavelmente apoiaria o líder dos sem-teto, o que seria considerado "contraditório" por alguns tucanos, já que a sigla apoiaria o mesmo candidato que o PT na capital paulista, onde os dois partidos sempre foram rivais.

Tabata falou que o PSB está perdendo "um de seus maiores quadros", mas que o partido tem o "coração tranquilo". Ela exaltou a amizade que tem com o apresentador, e destacou que ainda terá muitas conversas com os tucanos, por quem tem admiração e respeito.

"A política tá sentindo falta dessa sensibilidade, de gente que sabe ouvir mais do que falar e que tenha diploma de realidade. É claro que a gente fica com o coração apertado, mas a gente sabe que ese é um movimento coletivo, pensando em São Paulo, e por isso a gente deixou e não brigou um pouquinho mais por você" disse a Datena "Temos um longo caminho pela frente, teremos muitas e muitas conversas, mas eu sempre vou chegar desse lugar de reconhecer a trajetória, os quadros que o PSDB tem e o quanto eu tenho que aprender com vocês."

Datena chega ao PSDB em um momento crítico para o partido em São Paulo, já que toda a bancada tucana na Câmara Municipal deixou ou deixará a legenda nas próximas semanas. A motivação da debandada é a demora do partido para definir seu papel na eleição municipal e para montar as chapas de candidatos a vereadores, o que foi agravado nos últimos meses com sucessivas trocas no comando dos diretórios estadual e da capital.

Críticas a Nunes e à polarização
O apresentador lembrou que Bruno Covas (PSDB) havia lhe convidado para ser vice dele, entretanto Datena disse que desistiu da ideia por causa de “problemas dentro do partido” na época, e alfinetou o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

— Eu deixei de ser vice-prefeito dele e acho que foi a pior coisa que eu fiz e acabou caindo no colo do atual prefeito, que transformou São Paulo no que eu vi vindo para cá hoje — afirmou o apresentador. — Eu não quero ver São Paulo abandonada. Eu quero minha São Paulo de volta onde ricos e pobres vivam com dignidade, não há necessidade de luta de classes para isso. Eu quero que quando você passeie pelo centro, não é (sic) roubado, morto. E sem coisas que beiram ao crime organizado, com obras sem licitação, ônibus que você não sabe se pertence ao PCC ou às empresas que ganharam licitação. Como é que pode tantas obras sem licitação aqui em São Paulo?.