Rio de Janeiro

'Chorava tanto que nem conseguia respirar': veja o relato da turista que denunciou estupro coletivo

Em carta, vítima diz diz não sabia o que era o "Dark Room" quarto escuro onde os abusos teriam acontecido , e que recuperou a consciência já sentada em uma cadeira

Boate Portal Club - Reprodução/Youtube/Pheebo

A turista sul-americana, de 25 anos, que denunciou ter sido vítima de um estupro coletivo na boate Portal Club, localizada na Rua do Lavradio, na Lapa, no último domingo, escreveu uma carta sobre o que aconteceu com ela naquela noite. No relato, ela conta recuperou a consciência depois do abuso sentada em uma cadeira. "Aconteceu o que foi reportado, que eu realmente não consigo nem repetir. Não sei como deixei aquele quarto escuro. Quando recuperei um pouco a consciência, estava sentada em uma cadeira na boate chorando e gritando com minha amiga de um lado e uma segurança do outro.

A jovem conta que, quando se deu conta do que aconteceu, tentou explicar aos seguranças, mas teve dificuldades por não saber falar português. "Fiquei muito chocada naquele momento, eu estava gritando e chorava tanto que nem conseguia respirar", conta ela.

Só depois que uma pessoa chegou e começou a traduzir, ela conseguiu se comunicar com os seguranças. "Pedi que me mostrassem as câmeras para entender o que havia acontecido, e o segurança disse que só poderiam fazer isso com autorização da polícia. Comecei a entrar em pânico novamente porque eles realmente não estavam me dando nenhuma solução", escreve ela.

Em razão de ter perdido a consciência algumas vezes, ela relata não saber precisar quantas pessoas estavam envolvidas, mas desconfia serem amigos do rapaz que ela conheceu no local.

A vítima também desconfia que alguém possa ter adulterado sua bebida. Ela contou que perdeu a consciência algumas vezes depois que entrou no "Dark Room" do estabelecimento, local onde os abusos aconteceram. O estabelecimento funciona de modo "Open Bar", com bebida liberada.

A vítima acionou a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na terça-feira e em seguida fez o registro de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro do Rio. Os policiais já fizeram perícia no local e analisam câmeras de segurança para identificar quem são os possíveis envolvidos no crime.