Lula diz que governo terá plano para desenvolver IA, mas que brasileiros não precisam da tecnologia
Presidente pretende apresentar política na abertura da Assembleia Geral da ONU, em setembro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (4), que o povo brasileiro não precisa de Inteligência Artificial (IA), mas que o governo lançará em junho um plano nacional de uso da tecnologia. A política, que visa avançar e regulamentar a IA, está em elaboração pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, e será apresentada em uma conferência.
Com receio de o Brasil ser visto como um país atrasado no assunto, Lula pretende apresentar o plano em setembro durante a abertura da Assembleia Geral da ONU.
— Eu digo sempre e não é presunção, que todo país do mundo pode precisar de inteligência artificial. Agora um país que tem um povo da qualidade do povo brasileiro, um povo que é capaz de contar piada da pior desgraça, que sofre com futebol, carnaval (...) esse povo que consegue sobreviver ganhando muitas vezes um salário mínimo, não precisa de inteligência artificial porque é suficientemente inteligente para dar a resposta que nós precisamos — declarou o presidente em cerimônia em Goiana (PE).
No último mês, Lula chegou a se reunir com a ministra Luciana Santos e com o CCT para tratar sobre o plano para IA. O governo está preocupado com o potencial da tecnologia na disseminação de desinformação e que a automação possa levar à substituição de empregos humanos.
— Eu fiz o desafio. O Brasil não tem que ficar esperando ajuda dos Estados Unidos, ajuda da Rússia, da Alemanha, do Japão, da China ou ver eles se desenvolvendo mais do que nós em inteligência artificial — afirmou Lula.
Em março, o assunto foi tratado entre o presidente brasileiro e seu contraponto espanhol, Pedro Sánchez, durante encontro em Brasília. Segundo Lula, Sánchez propôs criar uma ferramenta de IA nas línguas portuguesa e espanhola:
— Achei genial. É possível criar, sentar os pensadores da Espanha e os nossos e imaginar coisas novas para não ficar a reboque dos acontecimentos de outros países — disse, na época.