Elon Musk volta a atacar Moraes e diz que vai tirar funcionários do X do Brasil
O bilionário americano já havia dito que iria desrespeitar as determinações do STF que pedia a suspensão de contas na rede social e requeria informações sobre usuários
Elon Musk, dono do "X" (antigo Twitter), voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes na madrugada desta terça-feira (9). Em uma das publicações, o bilionário chamou Moraes de "ditador brutal", acusou o ministro de interferir na última eleição presidencial e disse que Moraes tem o presidente Lula "na coleira".
O empresário repostou e interagiu com dezenas de usuários da rede social que endossaram sua visão sobre Moraes e o STF. Entre as mensagens, está o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG): “Elon disse que Alexandre tem Lula na coleira e que ele manipulou a eleição para elegê-lo. Como membro do congresso brasileiro e representando milhões de pessoas, peço que nos forneça mais informações. Isso será crucial para o futuro de nosso país, @elonmusk”, disse o parlamentar.
“Precisamos levar nossos funcionários no Brasil para um lugar seguro ou, de outra forma, retirá-los de posições de responsabilidade. Depois disso, faremos um completo vazamento de dados. Eles foram informados de que serão presos”, disparou Elon Musk.
O bilionário americano já havia dito que iria desrespeitar as determinações da Corte que pedia a suspensão de contas na rede social e requeria informações sobre usuários. O ministro do STF Alexandre de Moraes é relator de inquéritos que apuram a circulação de fake news e de ataques a urnas eletrônicas e ao sistema democrático do país em plataformas digitais, como o X.
“Mas como Alexandre libertou Lula da prisão e influenciou a eleição a favor de Lula, é óbvio que Lula não tomará medidas contra ele. A próxima eleição será crucial”, afirmou Musk no X
No domingo, Musk afirmara que iria publicar tudo o que foi exigido por Moraes e que o ministro "deveria renunciar ou sofrer impeachment". A ofensiva do empresário começou no sábado, 6, quando ele compartilhou publicações do jornalista americano Michael Shellenberger que apontavam supostas violações da liberdade de expressão no Brasil.
"Por que é que o parlamento permite a @alexandre o poder de um ditador brutal? Eles foram eleitos, ele não. Jogue-o fora", escreveu.
Desde então, Musk tem feito acusações ao Supremo. Afirmou que Moraes "aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso do X no Brasil", e que iria "levantar todas as restrições (impostas)".
"Vejo como desrespeito. Acho que o Brasil não pode permitir de forma alguma uma engenharia externa que procure estar acima da nossa legislação. Acho que todas as medidas judiciais cabíveis devem ser adotadas" afirmou o ministro Paulo Pimenta, chefe da comunicação do governo.
Pimenta ainda citou o caso do blogueiro foragido Allan dos Santos e lamentou, sem citá-lo, que "criminosos procurados" voltaram a usar a rede com permissão do X. realizou uma transmissão ao vivo na rede passada após a decisão de Musk, com críticas ao ministro do STF. O vídeo já teve mais de 100 mil visualizações. Foragido da Justiça brasileira desde outubro de 2021, Allan hoje vive nos EUA, de onde fez a live.
Após as ameaças de Musk, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a inclusão do empresário como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento e a abertura de investigação por obstrução à Justiça, “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.
A decisão de Moraes também fixou uma multa diária de R$ 100 mil por perfil, caso a big tech desobedeça qualquer decisão do tribunal, inclusive a reativação de perfil cujo bloqueio foi determinado pelo STF.